A luva cinzenta
, 1881
Columbano Bordalo Pinheiro
Óleo sobre tela
73 × 54 cm
73 × 54 cm
assinado e datado
Inv. 56
Historial
Oferecido pelo autor à Academia Real de Belas-Artes de Lisboa em 1897, como prova de candidatura a Académico de Mérito. Integrado no MNACem 1912.
Exposições
Glasgow, 1902, 322; Lisboa, 1904, 3; Lisboa, 1913; Paris, 1931, 54, p.b.; Lisboa, 1932, 54, p.b.; Lisboa, 1941, 53; Lisboa, 1957, 8; Bruxelas, 1967, 9; Paris/Madrid, 1968, 9; Lisboa, 1980, 10, p.b.; Paris, 1987, 185, cor e p.b.; Lisboa, 1988, 185, cor e p.b.; Queluz, 1989, 30; Lisboa, 1994, 55; Lisboa, 2007; Istambul, 2009.
Bibliografia
L’ Art (...), 1931, 54, p.b.; BRITO, 1935, 161, p.b.; BRAGANÇA, s.d. (c. 1936), 13; ALDEMIRA, 1941, 31; MENDES, 1943, 57, p.b.; PAMPLONA, 1943, 116; SALAZAR, 1945, p.b.; MACEDO, 1945, 13, p.b.; MACEDO, 1952, XXIII, cor; PAMPLONA, 1954, vol. I; LUCENA, 1957, 27; MENDES, 1963, 29, p.b.; Um século de pintura e escultura (...), 1965, 26, p.b.; FRANÇA, 1967, vol. II, 259, p.b.; SAMPAYO, 1969, 7, p.b.; FRANÇA (et al.), 1973, 90, cor; FRANÇA , 1979, 29, p.b.; Columbano, 1980, 19, p.b.; FRANÇA , 1981, 82, p.b.; MATIAS, 1986, 98, cor; FRANÇA , 1987, 39, cor; FRANÇA e COSTA, 1988, 222, cor; LAPA, 1994, 106, cor; FRANÇA , 1998, 368; ELIAS, 2002, 91 – 92; FALCÃO, 2003, 179; AZEVEDO, s.d., p.b.; Columbano Bordalo Pinheiro, 1874 – 1900, 2007, 85; Lisboa, memórias de outra cidade, 2009, 84, cor.
Oferecido pelo autor à Academia Real de Belas-Artes de Lisboa em 1897, como prova de candidatura a Académico de Mérito. Integrado no MNACem 1912.
Exposições
Glasgow, 1902, 322; Lisboa, 1904, 3; Lisboa, 1913; Paris, 1931, 54, p.b.; Lisboa, 1932, 54, p.b.; Lisboa, 1941, 53; Lisboa, 1957, 8; Bruxelas, 1967, 9; Paris/Madrid, 1968, 9; Lisboa, 1980, 10, p.b.; Paris, 1987, 185, cor e p.b.; Lisboa, 1988, 185, cor e p.b.; Queluz, 1989, 30; Lisboa, 1994, 55; Lisboa, 2007; Istambul, 2009.
Bibliografia
L’ Art (...), 1931, 54, p.b.; BRITO, 1935, 161, p.b.; BRAGANÇA, s.d. (c. 1936), 13; ALDEMIRA, 1941, 31; MENDES, 1943, 57, p.b.; PAMPLONA, 1943, 116; SALAZAR, 1945, p.b.; MACEDO, 1945, 13, p.b.; MACEDO, 1952, XXIII, cor; PAMPLONA, 1954, vol. I; LUCENA, 1957, 27; MENDES, 1963, 29, p.b.; Um século de pintura e escultura (...), 1965, 26, p.b.; FRANÇA, 1967, vol. II, 259, p.b.; SAMPAYO, 1969, 7, p.b.; FRANÇA (et al.), 1973, 90, cor; FRANÇA , 1979, 29, p.b.; Columbano, 1980, 19, p.b.; FRANÇA , 1981, 82, p.b.; MATIAS, 1986, 98, cor; FRANÇA , 1987, 39, cor; FRANÇA e COSTA, 1988, 222, cor; LAPA, 1994, 106, cor; FRANÇA , 1998, 368; ELIAS, 2002, 91 – 92; FALCÃO, 2003, 179; AZEVEDO, s.d., p.b.; Columbano Bordalo Pinheiro, 1874 – 1900, 2007, 85; Lisboa, memórias de outra cidade, 2009, 84, cor.
Das primeiras obras realizadas em Paris esta Luva cinzenta retrata a irmã mais velha do pintor, Maria Augusta. O claro-escuro regressa à pintura de Columbano. A luz é distribuída por três zonas distintas e separadas por negros em sombra, cuja densidade apaga os meios tons e separa os fragmentos iluminados. A construção da figura faz-se por linhas oblíquas paralelas, que criam uma postura dinâmica do modelo e definem uma instantaneidade que pode ter como referência um interesse pelo trabalho de Degas sobre o movimento e a composição. O retrato é encontrado numa aproximação à figura, que bem poderia constituir uma pintura de género, pois que esta calça ou descalça uma luva como momento de uma toilette. No entanto o enquadramento mais fechado sobre a figura, tornando-a perfeitamente reconhecível e o seu dinamismo, próprio de uma situação surpreendida, provocam uma hibridação de género. O título segue a ênfase que a luva cinzenta tem visualmente. É o adereço que se torna o pretexto da pintura, uma mancha cromática de valores surdos e de apontamento sintético que é jogada na composição como signo pictórico fetichista por excelência, em torno do qual se articula a própria pintura. O contraste com o naturalismo do rosto e sombras que o definem é flagrante. Assim, em muitas destas pinturas de Paris o motivo pictórico dominante é um adereço do vestuário. O naturalismo então plenamente assumido pela sua pintura nas representações dos rostos fazia um contraponto a estes elementos que escapavam a essa codificação e traziam um primado da mancha para o cerne da pintura.
Pedro Lapa
Pedro Lapa