Maqueta MNAC
Maqueta MNAC

Edifício

Hall

Instalado desde 1911, ano da sua fundação, no espaço do convento de São Francisco da Cidade, conjunto seriamente afetado pelo terramoto de 1755, o atual Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado  foi, após o incêndio que em 1988 afetou a zona, reinaugurado em 1994 sob projeto de renovação da autoria do arquiteto francês Jean-Michel Wilmotte.

O átrio do Museu serve de entrada e acolhimento aos visitantes e apresenta as linhas gerais que presidiram ao risco do complexo, de uma arquitetura neo-moderna que respeitou os vestígios históricos pré-existentes: imóvel monástico datável do período da reconstrução pós-terramoto, posteriormente adquirido, após a extinção das Ordens Religiosas pela lei liberal de 1834, pelo negociante inglês Abraham Wheelhouse. O átrio ostenta dois pilares de lioz que suportam uma abóbada de tijolo de seis panos, numa austeridade de linhas construtivas inserível na tradição da arquitetura chã portuguesa. A renovação empreendida respeitou e valorizou estes vestígios, tomando partido do pé-direito elevado através de uma plataforma suspensa que permite um nível de visita intermédio, onde se apresenta escultura. Passadeira e escadaria de acesso, balcão de atendimento, painéis de sinalética, guardas envidraçadas, mobiliário, sistemas de iluminação e suportes de obras de arte foram integralmente desenhados por Wilmotte, que se socorreu de materiais como a pedra, o metal e as madeiras bem como de uma paleta cromática de cinzas, valorizada pela pedra de azulina de Cascais polida que reveste o pavimento.

Piso 2 - Sala dos Fornos

Os cinzas predominam na sala subsequente e superior, onde se expõe escultura, cujo elevado rasgamento vertical amplia ilusoriamente o reduzido espaço de exposição. Através de uma escadaria empedrada o visitante acede ao segundo piso do edifício. Aqui se abre a “Sala dos Fornos”, espaço erguido originalmente entre 1830-40 por Wheelhouse que, então, o dotou de um importante conjunto de fornos em tijolo. A abertura quadrangular no piso que comunica com o hall inferior, atualmente coberta por vidro-rocha, destinava-se certamente à elevação e transporte de farinhas.

Novo lance de escadas conduz a uma galeria quadrangular que deita para a sala da escultura e permite o acesso quer aos gabinetes da direção e terraço superiores, donde se vislumbra o Tejo, quer a outra zona de exposições, duas galerias longitudinais e comunicantes em «L», entrecortado por estreitas frestas de iluminação natural.

Da galeria posterior acede-se, a uma sala anexa, espaço experimental revestido a madeiras onde alternam a iluminação natural e artificial.
Anexos a este módulo assinalam-se os espaços da Biblioteca e do Gabinete de Desenhos, porventura as zonas onde a memória conventual é mais visível, por exemplo, nas coberturas abobadadas ou no par de pilares, que se destacam entre o equipamento técnico.

Jardim das Esculturas
Findo este percurso, o visitante desce através de uma escadaria suspensa ao espaço do jardim exterior com esculturas em bronze dos séculos XIX e XX. Do jardim o visitante acede novamente por uma porta envidraçada à passadeira elevada no átrio, descendo à receção.