Estudo para o “Concerto de amadores”
, 1882
Columbano Bordalo Pinheiro
Grafite sobre papel
17,2 × 25,7 cm
17,2 × 25,7 cm
Inv. 984
Historial
Doação de Emília Bordalo Pinheiro, viúva do artista, em 1941.
Exposições
Lisboa, 1980, 91, p.b.; Lisboa, 2007.
Bibliografia
MACEDO, 1945, 4, p.b.; Columbano, 1980, 99, p.b.; LAPA, 1994, 124, Cor; Columbano Bordalo Pinheiro, 1874 – 1900, 2007, 214.
Doação de Emília Bordalo Pinheiro, viúva do artista, em 1941.
Exposições
Lisboa, 1980, 91, p.b.; Lisboa, 2007.
Bibliografia
MACEDO, 1945, 4, p.b.; Columbano, 1980, 99, p.b.; LAPA, 1994, 124, Cor; Columbano Bordalo Pinheiro, 1874 – 1900, 2007, 214.
Um dos núcleos mais consistentes é constituído por estudos para pinturas de história. A pintura que Columbano realizara para o Palácio da Pena sobre D. Quixote conta com um primeiríssimo esboço, assim como o medalhão Consolactrix Afflictorum, destinado ao tecto de uma das salas da Câmara Municipal de Lisboa, ou as decorações do tecto do Teatro
D. Maria. Existem igualmente registos do seu interesse pelo tema camoniano, que um dia levara o artista a conceber um Palácio de Camões. Nomeadamente, o tema da visão do Adamastor é objecto de dois estudos, que descrevem o momento em que os portugueses enfrentam o gigante. Num deles, a cena aproxima-se, ocupando o mastro e os navegantes o lado e canto inferior esquerdos. As figuras retorcem-se, numa composição dinâmica, apenas indicada, quanto ao movimento, por um desordenado e solto conjunto de linhas, enquanto no canto superior direito o Adamastor se recorta sobre um céu de tormenta, trabalhado com densas sombras. Ambos os conjuntos descrevem diagonais que se encontram no centro. O seguinte desenho sobre este tema (1890) amplia o enquadramento, afastando a cena e dando entrada à paisagem. Embora perca dinamismo, ao alinhar a barca na horizontal, mantém e prolonga a linha diagonal que a cabeça do Adamastor desenha. Este desenho constitui também um estudo de atitudes e expressões, perfeitamente acabado nos seus traços e contrastes de luz. Outro desenho deste ciclo representa o episódio das Ninfas em fuga perante a chegada dos portugueses, composição apenas sugerida por um emaranhado de linhas que sumariamente descreve numa composição circular o movimento das Ninfas, à volta da personagem masculina, a única trabalhada em fisionomia, volumes e sombras. Pertencentes ao ciclo camoniano, interessa destacar ainda os estudos para o quadro Camões e as Tágides, datáveis de c. 1894. Neste conjunto, se ensaiam diferentes composições e enquadramentos, pormenores do rosto masculino, distribuição cromática e de luzes, mas sobretudo as poses das personagens, tanto as teatrais atitudes que retorcem os corpos das Tágides, como a expressão de Camões, que transita de uma exaltação dramática para uma atitude reflexiva.
Maria Jesús Ávila
D. Maria. Existem igualmente registos do seu interesse pelo tema camoniano, que um dia levara o artista a conceber um Palácio de Camões. Nomeadamente, o tema da visão do Adamastor é objecto de dois estudos, que descrevem o momento em que os portugueses enfrentam o gigante. Num deles, a cena aproxima-se, ocupando o mastro e os navegantes o lado e canto inferior esquerdos. As figuras retorcem-se, numa composição dinâmica, apenas indicada, quanto ao movimento, por um desordenado e solto conjunto de linhas, enquanto no canto superior direito o Adamastor se recorta sobre um céu de tormenta, trabalhado com densas sombras. Ambos os conjuntos descrevem diagonais que se encontram no centro. O seguinte desenho sobre este tema (1890) amplia o enquadramento, afastando a cena e dando entrada à paisagem. Embora perca dinamismo, ao alinhar a barca na horizontal, mantém e prolonga a linha diagonal que a cabeça do Adamastor desenha. Este desenho constitui também um estudo de atitudes e expressões, perfeitamente acabado nos seus traços e contrastes de luz. Outro desenho deste ciclo representa o episódio das Ninfas em fuga perante a chegada dos portugueses, composição apenas sugerida por um emaranhado de linhas que sumariamente descreve numa composição circular o movimento das Ninfas, à volta da personagem masculina, a única trabalhada em fisionomia, volumes e sombras. Pertencentes ao ciclo camoniano, interessa destacar ainda os estudos para o quadro Camões e as Tágides, datáveis de c. 1894. Neste conjunto, se ensaiam diferentes composições e enquadramentos, pormenores do rosto masculino, distribuição cromática e de luzes, mas sobretudo as poses das personagens, tanto as teatrais atitudes que retorcem os corpos das Tágides, como a expressão de Camões, que transita de uma exaltação dramática para uma atitude reflexiva.
Maria Jesús Ávila