TRANSGRESSÕES
Transgressões dialoga com as questões de tempo, memória e identidade, com a disciplina rigorosa do Desenho e o Design Gráfico. Oito painéis impressos apresentam a imagem manipulada de peças do acervo de escultura do Museu Nacional de Arte Contemporânea, fundado precocemente em 1911, no quadro mental renovador da jovem Primeira República portuguesa.
Sobre as imagens deste acervo sobrepõem-se slogans provocatórios ou não, em português e inglês, com diferentes tipos cursivos. Eles alteram o sentido do deleite meramente contemplativo e estetizante destas esculturas, reivindicando questões críticas e arquetípicas que abalam os fundamentos culturais do mundo ocidental, obrigando ao seu questionamento e transformação num mundo abalado, também ele, pela incerteza inerente à frágil condição humana.
Uma envolvente sonora de easy listening altera, também ela, a perceção destas imagens, em alusão à alienação das sociedades em que vivemos, propondo, sem demagogia, o alertar das consciências e o apelo à liberdade praticante e responsável de cada um de nós.
Rui Afonso Santos
CONCEITO E COORDENAÇÃO [PeP]
Lúcia Saldanha
ARTISTA
António Faria