Nesta
instalação, Manuel Valente Alves (Abrantes, 1953) utiliza fotografias,
desenhos e pinturas, realizados entre 1990 e 2025, para desenvolver um
diálogo poético com a carta homónima de Petrarca (Ascensus Montis Ventosi),
escrita em 1336. Os temas centrais abordados nessa carta são
transpostos para uma reflexão contemporânea sobre a arte, a perceção e o
ato de subir. A subida à montanha, em ambas as obras, é uma metáfora
para um percurso de aprofundamento – espiritual, no caso de Petrarca;
artístico e reflexivo, em Valente Alves. O ato de caminhar, de subir uma
montanha, o movimento no espaço não é apenas um ato físico e
espiritual, é também um ato de resistência à “coisificação” da
experiência humana. Nas palavras do artista, “este ato, documentado e
reprocessado artisticamente de forma lenta e refletida, opõe-se à
velocidade e artificialidade das imagens digitais que circulam nas redes
contemporâneas. Neste sentido, esta instalação poderá suscitar
interrogações sobre as fronteiras entre o que é real e o que é
representado, a topografia e a autobiografia, o finito e o infinito na
nossa forma de ver, sentir e imaginar o mundo.”
Artista - Manuel Valente Alves
Curadoria - Lúcia Saldanha
A exposição estará patente ao público de 25 de outubro de 2025 a 16 de fevereiro de 2026.