Cumprindo o seu ADN colaborativo, o MNAC tem vindo, há anos, a criar diversas parcerias, no âmbito das quais estreitou também as suas relações históricas com a FBAUL, particularmente em acções académicas, na organização de congressos internacionais, encontros e na edição de publicações e também na realização de algumas exposições.
Procurando aprofundar essa parceria, e num
momento em que a instalação de ar condicionado, no âmbito do PRR, nos obrigou a
encerrar espaços e a condicionar outros, o desmantelamento de uma parede
provisória que ocultou os trabalhos de instalação do ar condicionado na Sala
dos Fornos constituiu o pretexto (dada a quantidade de material que, pelas suas
características, podia ser reutilizado) para lançar um repto aos estudantes de
escultura da FBAUL.
A mencionada intervenção no museu para a
instalação de ar condicionado tem, há vários meses, mantido a Ala Capelo
incapacitada de acolher actividade expositiva. Na sequência de uma intervenção
criativa pensada por Regina Branco e António Faria (“Art(e) condicionado.
Manutenção do objecto artístico”), surgiu também a ideia de propor aos
estudantes que receberam o material para reciclagem uma intervenção de carácter
laboratorial, no mesmo espaço.
Neste contexto específico, a apresentação dos trabalhos resultantes foi pensada pelo museu (e proposta aos estudantes) como se se tratasse de um prolongamento das oficinas da faculdade, com a vantagem de não apenas mostrar publicamente o produto da sua criatividade como de lhes abrir a porta do museu (espaço que – desejamos – lhes deva ser familiar), para uma primeira experiência de organização colaborativa.
Os resultados estão visíveis e, do meu ponto de vista, são demonstrativos das capacidades criativas dos envolvidos. Com o mesmo material de base (aglomerado de madeira, cujas dimensões – “2 por 1 e meio” – deram nome à exposição), as propostas artísticas que surgiram apresentam uma diversidade de linguagens formais, poéticas, que problematizam várias questões, do espaço à sustentabilidade e à política, do eu ao outro.
Emília Ferreira
Directora do Museu Nacional de Arte Contemporânea
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ARTISTAS // Aires Gama, Bernardo Cantigas, Diogo MM Nunes, Filipa Batista, Francisco Figueiredo Lopes, Guilhermo Hitos, Ildefonso Pontes, Luzia Alves, Madalena Eloi, Pedro de Sousa Serafim, Thailo Faria, Vera Vilhena
VISITAS ORIENTADAS e CONVERSAS | Entrada livre
4 JULHO (5ª) 13:15 – 15:15 – Visita guiada com Guilherme Pontes e Luzia Alves
9 JULHO (3.ª) 16:00 – 18:00 – Conversa com Diogo Nunes e Filipa Batista
16 JULHO (3.ª) 16:00 – 18:00 – Conversa com Francisco Figueiredo Lopes e Guilhermo Hitos