João Pedro Vale, Are You Still Awake?, 2002, Col. do artista
João Pedro Vale, Are You Still Awake?, 2002, Col. do artista

Piso 1 e 2

entrada: Condições Gerais

Are you still awake?

2012-12-13
2013-04-28
Curadoria: Emília Tavares

As relações entre arte e política são longínquas, quer sob a forma de legitimação ou de contrapoder. Ao longo do século XX, esta relação tornou-se particularmente profícua, desde a propaganda dos totalitarismos, aos movimentos de subversão e rutura como o Dadaísmo, o Surrealismo, ou o Fluxus, às correntes estéticas de denúncia como o Neorrealismo, às expressões artísticas associadas à defesa dos direitos civis e das mulheres nos anos 70, ou ainda à discriminação sexual, exponenciada pelo surgimento da Sida nos anos 80, só para citar alguns exemplos.

Paradoxalmente, estes movimentos de rutura com o sistema foram apropriados pelo mercado da arte, cuja valorização especulativa apoiada por um conjunto de mediadores, munidos de estratégias agressivas, tem dominado a produção artística até à atualidade.

A emergência de novas tipologias associadas aos meios de comunicação de massas, como a fotografia, o vídeo, o cinema, a televisão ou a internet foram determinantes na construção de diferentes linguagens artísticas rompendo com a aura da obra de arte que a distanciava do espectador, tal como previra o filósofo Walter Benjamin. Os museus deixaram de ser só espaços de contemplação e legitimação histórica da obra de arte, tendo-se tornado plataformas ativas de intervenção cultural. Com a democratização dos públicos em detrimento do elitismo cultural, o espectador ganhou um papel mais interventivo.

Em Portugal, no rescaldo da Revolução de Abril, o crítico Ernesto de Sousa, comissário da emblemática exposição Alternativa Zero (1977), denunciava a dificuldade dos portugueses em lidar com a contemporaneidade, reivindicando a necessidade de “clamar por um novo conceito em que a arte seja participação no real, no quotidiano de todos” enquanto o historiador José-Augusto França afirmava, no contexto da mesma exposição, que “a arte é sempre política”.

Na primeira década do século XXI, assiste-se a uma nova intensificação da relação entre arte e política para evocar velhas e novas problemáticas como o pós-colonialismo, as questões de género e de identidade, a injustiça e desagregação social, a especulação financeira, a destruição da paisagem, entre outras.

São estes os temas tratados nesta exposição temporária, num registo criativo, mas também de cidadania, ambicionando agir sobre a realidade, transformando-a, através da provocação, da ironia, do humor, da transgressão, do manifesto, da violência.

Algumas ausências da coleção foram colmatadas com a cedência de obras muito recentes, num diálogo constante e atualizado que o MNAC mantém com os artistas, acompanhando e divulgando a criação contemporânea nacional.

Emília Tavares

Curadora

Em Exibição

The c(AI)rcles’s Pentagon

By Gencork | Sofalca

2025-05-28
2025-06-26
Curadoria: Portugal Faz Bem
A instalação de design/arte The c(AI)rcle’s Pentagon, que explora a ligação entre inteligência artificial, design (re)generativo, arte e sustentabilidade
Exposição individual

Caminhos

Coleção Millennium bcp

2025-05-16
2025-08-24
Curadoria: Emília Ferreira, Regina Branco e Joana d’Oliva Monteiro
Esta exposição coletiva aborda, a partir do tema da paisagem, o desejo da viagem ou a necessidade íntima de criar caminhos próprios
Exposição temporária

O FARDO DO HOMEM BRANCO

João Fonte Santa

2025-04-10
2025-07-03
Curadoria: Lúcia Saldanha e Rui Afonso Santos
O Artista recorre a uma linguagem figurativa que se vale dos paradigmas oitocentistas do Naturalismo - quer da pintura como da ilustração coevas, visualmente familiares e instituídos.
Exposição individual

ALDEBARAN CAÍDA POR TERRA

2025-03-13
2025-06-22
Aldebaran Caída por Terra é uma série de pinturas moldadas, com formas irregulares e orgânicas, onde o volume e incidência da luz se insinuam na forma de ver os (quase todos) rostos, pintados a pastel de óleo.
Exposição individual

Impressões Digitais. Coleção MNAC

2024-12-12
2026-12-30
Curadoria: Ana Guimarães, Emília Ferreira, Maria de Aires Silveira e Tiago Beirão Veiga
Constituída por obras fundadoras da historiografia da arte portuguesa contemporânea, de 1850 à atualidade, a coleção do MNAC guarda vários tesouros nacionais.
Exposição Permanente

Desde 1911

2022-05-26
2026-05-26
Uma intervenção que celebra os 110 anos do MNAC.
114 anos