No âmbito de um projecto exploratório do Livro enquanto Objecto, esta exposição consiste na formulação de uma experiência visual, mas também táctil do Livrobjecto, da sua materialidade, incorporalidade, portabilidade e do seu poder comunicante, esteja ele aberto, ou mesmo fechado.
Materialmente estimulante, imaterialmente ilimitado, o Livro é talvez, o objeto dos objetos; o mais vulnerável e o mais resistente; tudo pode conter e a tudo pode referir-se. Suporte, registo e espaço, imagem, estrutura e capa, são elementos convergentes, desde sempre solidários num projeto de execução, que pouco ou nada deixa ao acaso.
No âmbito de um projeto exploratório do Livro enquanto Objeto, produto e produtor de cultura - LivrObjecto – Anatomia e Arquitetura, esta exposição consiste na formulação de uma experiência visual, mas também táctil do Livrobjeto, da sua materialidade, portabilidade, performatividade e do seu poder comunicante, esteja ele aberto, ou mesmo fechado.
Os designados livros de artista pretendem explorar profundamente o médium Livro. Nesse sentido acabam por desempenhar e desenvolver uma resistência e subversão política, económica e social. Obviamente que a radicalização destas estratégias de criação de livros acaba por tornar-se limitada, obstaculizando a relação e o interesse do público não especializado, pois tendem a aproximar-se, confundindo-se, com obras de arte como a pintura ou a escultura que, não raras vezes, são obras únicas ou de duplicação reduzida e controlada. A maioria destes objetos circula por galerias e museus ou em eventos especiais, como as cada vez mais frequentes feiras de livro de artistas. São objetos de coleção adquiridos e valorizados por colecionadores particulares e instituições. A sua máxima singularidade é o seu maior valor de capitalização.
Nesta exposição as obras selecionadas contribuem ainda para uma análise dos designados “Anti-livros” — objetos antitéticos; únicos, mesmo na sua paradoxal relação de edição em múltiplos; singulares na sua estratégia técnica e formal; tangíveis na sua existência táctil e manipulável; inquietantes no seu carácter conceptual, que não raras vezes alimenta estratégias políticas, sócias, religiosas, éticas e estéticas.
Obras com espessura e carga simbólica que tornam visível materialmente o pensamento de contracorrente dos artistas, numa era em que propensão para a desmaterialização parece inexorável, sobretudo tendo em conta os designados novos media.Artistas:
António Faria, Bráulio Amado, Dinis Santos, Francisco Vidal, Isabel Baraona, J. Fonte Santa, José Maçãs de Carvalho, Marco Balesteros e Sara Vaz com Diogo Alvim, Marco Godinho, Miguel Palma, Pedro Cabrita Reis, R2 (Artur Rebelo e Lizá Ramalho), Sara & André, Victor Pires Vieira.