O MNAC abre ao público!
1914-1994-2014
A propósito das comemorações do primeiro centenário da abertura ao público do Museu Nacional de Arte Contemporânea (28 de Junho de 1914) e dos vinte anos da sua reabertura após o “Incêndio do Chiado” de 1988 (12 de Julho de 1994), este programa evocativo pretende desenvolver uma reflexão sobre as diferentes realidades verificadas ao longo de mais de um século em torno da ideia de públicos dos museus, e em particular do MNAC, que permita melhor compreender não apenas algumas diferenças ao nível dos hábitos culturais entre o arranque da modernidade e experiência da nossa contemporaneidade, como ainda identificar algumas semelhanças, aproximações e resistências entre esses dois períodos da nossa história cultural e artística. Para tal, foram convidados diversos especialistas na área da história da arte e da cultura portuguesa bem como todos os anteriores diretores da nossa instituição que, a par de alguns outros parceiros sociais que têm consolidado uma relação com o serviço educativo do MNAC, poderão testemunhar sobre o complexo desenvolvimento das relações do museu com os seus públicos. Na evocação destas duas datas históricas procuramos pontuar uma nova abertura aos públicos que nos visitam, convidando-os a participar ativamente nos debates que dão forma ao programa “O MNAC abre ao público!”
David Santos
Curador
Dia 12, 17h00
III mesa-redonda
"Os Públicos do MNAC (Fim do século XX e início de XXI)".
Assinalando a passagem dos vinte anos da reabertura do MNAC-MC, a 12 de Julho de 1994
Participantes: Raquel Henriques da Silva, Pedro Lapa, Helena Barranha, Paulo Henriques e David Santos (moderação: Delfim Sardo).
Mesas-redondas já realizadas:
Em junho
Dia 28 às 17h00
I mesa-redonda
"Os Públicos do MNAC (No arranque do século XX)".
PROGRAMA
Assinalando o primeiro centenário da abertura ao público do MNAC, a 28 de Junho de 1914
Participantes: Maria Aires Silveira, Pedro Lapa, Sandra Leandro e Cristina Azevedo Tavares (moderação: David Santos)
Maria Aires Silveira
Licenciatura em História na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 1982, e Grau de Mestre em História de Arte na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa em 1986. Conservadora no Museu Nacional de Arte Contemporânea, a partir de 1989. Dedica-se muito especialmente ao estudo de autores oitocentistas. Curadora da exposição João Cristino da Silva, em 2000; de Miguel Ângelo Lupi, em 2002, e autora dos respetivos catálogos. Co-comissária e comissária das exposições de Columbano Bordalo Pinheiro e autora de textos de peças e ensaios sobre o artista, em 2007 e 2010. Em preparação: exposição sobre Sousa Lopes.
Sinopse da comunicação
A referência à Exposição de Arte Ornamental de 1882 que marca decisivamente o objetivo de criação do Museu de Belas Artes, face ao sucesso do evento e afluência do público – 15000 visitantes nas duas primeiras semanas, introduz as questões de preocupações museológicas, em finais do século XIX, e a ampliação do acesso à arte. Após a divisão deste Museu de Belas Artes em duas Instituições, em 1911, o Museu Nacional de Arte Contemporânea abre ao público em 1914, 28 de junho, para fechar logo de seguida, por diminuta verba orçamental. Inaugura definitivamente, em 1916, 4 de abril, sob direção de Columbano Bordalo Pinheiro, na época da 1ª República, ligado a uma nova visão política e cultural. Encara-se o entendimento da promoção artística e educacional dos cidadãos em espaços de sociabilidade e opinião, num período de grave crise económica e social.
Pedro Lapa
Pedro Lapa é diretor artístico
do Museu Coleção Berardo e professor convidado da Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa. Foi durante 11 anos diretor do Museu Nacional de Arte
Contemporânea – Museu do Chiado, entre 2004 e 2008 foi curador da Ellipse
Foundation e entre 2008 e 2010, professor convidado da Escola das Artes da
Universidade Católica de Lisboa. É doutorado em História da Arte pela Faculdade
de Letras da Universidade de Lisboa. Comissariou muitas exposições em todo o
mundo, das quais se destacam as retrospectivas de Amadeo de Souza-Cardoso, Man
Ray, Picabia ou as coletivas More
Works About Buildings and Food,
Disseminações, Cinco Pintores da Modernidade Portuguesa, Stan Douglas “The Sandman” e a antológica dedicada a James Coleman. Foi co-autor do primeiro
catálogo raisonné realizado em Portugal, dedicado à obra de Joaquim Rodrigo e é
autor de mais de 30 publicações individuais sobre arte moderna e contemporânea,
portuguesa e internacional. Em 2001 foi o curador da representação portuguesa à
Bienal de Veneza. O Grémio Literário atribuiu-lhe o Grande Prémio de 2008 e o
Ministro da Cultura de França, Frédéric Mitterrand, concedeu-lhe a distinção de
Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres, em 2010.
Sinopse da comunicação
Com a revolução liberal e os seus desenvolvimentos foi pensado e instituído um programa herdeiro da Aufklrung, que privilegiou a constituição de um público cultural, todavia a sua realização revelou-se difícil, senão mesmo penosa. A emergência dos primeiros museus foi sintomática desse quadro. A instituição do MNAC, uma brilhante ideia surgida com a revolução republicana, passados quase 100 anos, não foi diferente e o seu trajeto inicial ficaria marcado por todas estas hesitações.
Sandra
Leandro
Professora Auxiliar na Universidade de Évora é Doutorada em História da Arte Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa com a tese Joaquim de Vasconcelos (1849-1936) Historiador, Crítico de Arte e Museólogo, 2008 e Mestre pela mesma Universidade com a dissertação Teoria e Crítica de Arte em Portugal (1871-1900),1999. Investigadora integrada do Instituto de História da Arte da FCSH-UNL, pertence como membro colaborador desde o ano 2000 a Faces de Eva - CESNOVA. Entre as diversas publicações refiram-se: «O Leão Negro» in Columbano. Lisboa: Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea; Leya, 2010; «Para que serve o juízo? Crítica, critério, críticos e artistas no final do século XIX» in Arte Portuguesa do século XIX: 1850-1910. Lisboa: Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea; Leya, 2010; «Desenhar Julieta Ferrão (1899-1974): a primeira directora de um Museu em Portugal» in Faces de Eva, n.º31, 2014.
Sinopse da comunicaçãoAntes do Museu abrir ao público em 1914, irei deter-me num conjunto de imagens que lhe fazem referência tentando detetar algumas diferenças entre os públicos. Em seguida abordarei o caso singularíssimo do Museu Industrial e Comercial do Porto tendo em conta os dados referentes aos requisitos e frequência dos visitantes e colocando-o em contraste com o Museu Nacional de Arte Contemporânea. No terceiro momento irei referir o caso do Museu Rafael Bordalo Pinheiro estabelecendo, tanto quanto possível, um paralelo com o Museu Nacional de Arte Contemporânea.
Cristina Azevedo Tavares
Licenciada em Filosofia pela F.L.U.L Mestre em História de Arte e PHD em História da Arte Contemporânea pela F.C.S.H. da U.N.L.
Académico correspondente da ANBA; Sócia Efetiva da SNBA; integra o Conselho Consultivo do Núcleo de Arte Contemporânea de Tomar e os Conselheiros da Fundação Armazém das Artes (Alcobaça). Leciona no Curso de Formação Artística da SNBA.
Atividade nas áreas da história e teoria da arte, crítica da arte e curadoria tem obra publicada nestes domínios.
Sinopse da comunicação
Sendo o tema a relação do museu com o público, ou tipos de público, poder-se-á ter como referência a SNBA comparativamente, assim como o tipo de exposições que realizava e que funcionavam como
eventos importantes. Referência ainda para outro tipo de públicos nas exposições de vanguarda desde a galeria UP, ligada aos surrealistas, por exemplo.
Em julho
Dia 5, 17h00
II mesa-redonda
"Os Públicos do MNAC (Acão e memória do serviço educativo)".
Assinalando os últimos 20 anos e refletindo para o futuro.
Participantes: Alberto Júlio Silva, Carlos David, Catarina Moura, Flávia Violante, Joana Ramôa e Marta Ornelas (moderação: Adelaide Ginga)
Alberto Júlio Silva (n. 1946)
Licenciatura em Estudos Portugueses e Franceses pela FLUL
Mestrado inc. (parte lectiva) em Literatura Portuguesa FLUL
Teve formação em técnicas audiovisuais e em técnicas têxteis.
Trabalhou em Serviço Social na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Trabalhou em Serviço Educativo no Museu Nacional do Traje, no Museu Nacional do Azulejo e no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado.
Foi formador da Associação de Professores de História.
Sinopse da comunicação
1. O museu é um lugar de comunicação. - A exposição é um meio de comunicação - O público é o destinatário dessa comunicação.
2. Os Serviços de Educação / Serviços Educativos são o meio humano de que o museu dispõe para que a comunicação se faça.
3. Assim sendo, do meu ponto de vista, são duas as formas de estabelecer a comunicação do público com a exposição ou, genericamente, com o museu:
visita guiada e as oficinas pedagógicas, ressalvando que o público da primeira é "incontável", vasto, heterogéneo e o da segundo muito delimitado.
Referirei apenas algumas tipologias e formatos de visitas guiadas. Não tratarei ex professo do tema "Oficinas pedagógicas".
4. Por último: os públicos que não vêm ao museu. Deverá o museu ir até eles?
Carlos Pina David
Licenciado em enfermagem de saúde mental e psiquiatria
Mestre em psicologia, área de stress e bem-estar
Doutorando em enfermagem
Professor adjunto na área científica de enfermagem de saúde mental e psiquiatria na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa
Lecionou UCs de Enfermagem de saúde mental e psiquiatria; relação de ajuda
Leciona UCs de Relação e comunicação em enfermagem
Sinopse da comunicação
Aprender a relação através da arte: a forma como vejo e sinto o outro na minha relação intrapessoal e interpessoal.
Catarina Moura
É Coordenadora do Serviço Educativo do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado desde a sua reabertura.
Curso Superior de Formação de Professores em Educação pela Arte, é também certificada como Formadora pelo Conselho Científico Pedagógico da Formação Contínua.
Entre 1981 e 1994 coordenou os Serviços Educativos do Museu José Malhoa e Museu Nacional do Teatro.
É membro fundador do Movimento Português de Intervenção Artística e Educação pela Arte e da Associação Acesso Cultura. É membro do ICOM.
Sinopse da comunicação
Expectativas de um balanço.
Vinte anos com os Públicos do MNAC. Reflexão e balanço sobre a criação, consolidação e expansão do Serviço Educativo que propõe às comunidades a frequência à arte como fundamento poderoso de conhecimento, de educação e de cultura.
Flávia Violante (n. 1987, Oeiras)
Mestre em Estudos Curatoriais de Arte Contemporânea (2013) pela FBAL – UL e licenciada em História de Arte (2009) pela FCSH – UNL.
Desde 2010 é monitora no serviço educativo no MNAC – MC, colaborou como assistente e monitora no MUDE, Museu Coleção Berardo e Museu da Eletricidade (2009-2012).
Foi bolseira de investigação científica na Faculdade de Arquitectura de Lisboa (2011-2012), e colaborou com a plataforma online ArteCapital. Desde 2012 é assistente de produção na Galeria Quadrado Azul em Lisboa. É coeditora da Revista 4 (2013-).
Sinopse da comunicação
Públicos e Arte Contemporânea: que futuro?
Abordagem reflexiva sobre a experiência e colaboração com o serviço educativo do MNAC – MC, nos últimos quatro anos. A importância deste percurso que assenta numa conjugação entre a História da Arte, as especificidades do contexto artístico português contemporâneo e o contacto diário com os seus públicos.
Joana Ramôa Melo
Doutorada em História da Arte Medieval (2012), é, desde 2007, docente convidada do Departamento de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (1º e 2º ciclo de estudos) e, no presente ano letivo, responsável pela orientação dos Estágios Curriculares integrados no programa de estudos da licenciatura, alguns dos quais acolhidos no Serviço Educativo do MNAC.
Sinopse da comunicação
Nos últimos anos, o Serviço Educativo do Museu de Arte Contemporânea – Museu do Chiado tem vindo generosamente a acolher um conjunto de Estágios Curriculares do Departamento de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, resultando numa experiência muito rica, de desenvolvimento de competências profissionais nos alunos, construindo-lhes uma visão qualificada do trabalho em espaço museológico e contribuindo, de forma exemplar, para o desenvolvimento da sua formação como historiadores de arte e agentes culturais.
Marta Ornelas
É investigadora, doutoranda, em Artes y Educación - pedagogías culturales en museos na Universidade de Barcelona. Anteriormente trabalhou como professora de artes visuais no ensino secundário e no ensino superior. Bolseira da FCT, é também membro da direcção da Associação de Professores de Expressão e Comunicação Visual (APECV) e secretária da mesa da assembleia geral da Acesso Cultura
Sinopse da comunicação
Os jovens e a arte contemporânea no contexto das visitas escolares ao MNAC.