Five, Four, Three, Two -- Chia-Yun Wu, Taiwan 2021
Five, Four, Three, Two -- Chia-Yun Wu, Taiwan 2021

MNAC

entrada: Condições Gerais

Loops.Expanded

2023-02-01
2023-04-02

Nesta edição, o Loops.Expanded traz uma seleção extrema e deliciosamente heterogênea, com obras a apresentar grandes nuances de diversidade formal, geracional e geográfica relativamente ao seu objeto imagético. Artistas da Argentina, Bélgica, Bielorrúsia e Taiwan, fundamentados em variados backgrounds e formas de expressão, evisceram o loop sob as mais distintas perspectivas. 

Loops.Expanded 2022 - 2023

Exibição Portugal

01 de Fevereiro a 2 de Abril, 2023

É com fôlego renovado, no âmbito de uma parceria que terá seguimento ao longo dos próximos cinco anos, que o Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC) e a DuplaCena celebram a edição 2022 - 2023 do Loops.Expanded em Portugal - a primeira exibição desta temporada por parte da rede internacional de pesquisa, disseminação e reflexão do conceito do loop na imagem em movimento. 

Sejam elas: a transformação poética de imagens fragmentadas de família, em Super-8, numa meta-narrativa concebida pelo olhar de intimidade de um filho em relação à mãe (Javier Olivera, A possible portrait of my mother); a criação de uma verdadeira experiência arquitectónica na tela, num retrato formal, construtivista, de luzes em preto e branco em movimento (Anouk de Clercq, Building); uma esplêndida viagem visual, existencial e filosófica do Mito de Sísifo (Chia Yun Wu, Five, Four, Three, Two); e o esforço sinestésico de um “desenho na estrada”, que procura abranger e demarcar o mundo numa escala maior-do-que-a-vida (Ganadzi Buto, Too Big Drawing).

Tal seleção reflete a natureza da Loops.Expanded enquanto plataforma: um experimento curatorial descentralizado, a realizar atividades em nome próprio e através de parcerias desenvolvidas pela Duplacena (Lisboa), Proyector (Madrid), OndaVideo (Pisa) e WWVF (Amsterdam).

Alisson Avila, Irit Batsry, Emília Tavares

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Calendário, Artistas e Obras:

01 a 12 de Fevereiro, 2023:

Javier Olivera, Argentina / Espanha

A possible portrait of my mother, 2021

Filme Super-8 (transferido para vídeo) e Video, cor, som, 06:26

Biografia: Javier Olivera (Argentina, 1969) cruza as disciplinas da pintura, fotografia, vídeo, instalação, objetos e cinema para abordar a relação entre memória e identidade enquanto construtoras do ser individual e social. Inicialmente formado em pintura com os artistas argentinos Luis Felipe Noé e Eduardo Stupía, estudou posteriormente cinema e vídeo na UCLA (EUA) e Literatura Ibero-americana na Fundación José Ortega y Gasset (Espanha). Com uma trajetória ligada à indústria cinematográfica, Olivera escreveu e dirigiu diferentes longas, entre 1999 e 2018, sendo indicado e premiado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas da Argentina pelos documentários El patrón: radiografía de un crimen (2014 - guionista), La sombra (2014 - fotografia) e a ficção El Visitante (1999 - melhor filme), além de ter realizado diversas produções para organizações como a UNICEF e Telesur. Desenvolve desde 1990 um corpo de trabalho que abrange pinturas, fotografias, vídeos e videoinstalações, onde aplica o conhecimento e a tecnologia adquiridos no terreno do cine,ma para criar obras independentes e autorais sem vínculos com os padrões industriais. Esta produção foi exibida em mostras individuais e coletivas na Argentina e no estrangeiro e estão representados em coleções particulares em França, Argentina e Estados Unidos. 

Sinopse: Trabalhando com imagens de arquivo dos anos 60 e filmes caseiros em Super 8, A possible portrait of my mother sugere uma narrativa lúdica, que aponta um pedaço da linha do tempo da vida da mãe do realizador: uma juventude descomprometida, o apelo de uma sociedade rebelde e a transição para a maternidade. O uso do loop potencializa a ideia de uma insistência na necessidade de abordar o afeto nas imagens e também o desenho sonoro, já que uma única nota dupla se repete ao longo da obra, criando  o clima de um mantra e seu efeito de transe. Um exercício de memória com forte abordagem formal e discurso poético, onde a própria projeção sugere a ideia de um ciclo. 

https://vimeo.com/javierolivera

https://www.imdb.com/name/nm0647056/?ref_=tt_ov_dr

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14 a 26 de Fevereiro, 2023:

Anouk De Clercq, Bélgica

Building, 2003

Video (animação por Joris Cool), cor, som, 12:00

Biografia: Anouk De Clercq (Bélgica, 1971) explora o potencial da linguagem audiovisual para criar mundos possíveis, entre o visível e o imaginário. O seu trabalho recente é baseado na ideia utópica de “empatia radical” e naquilo que está por trás da “realidade”. Autora de Where is Cinema, publicado pela Archive Books, Anouk soma uma trajetória com obras exibidas nos principais espaços e encontros da (video)arte contemporânea pelo mundo. É co-fundadora da Auguste Orts, On & For Production and Distribution e responsável pelo início da plataforma nomádica de cinema Monokino. É ainda afiliada à School of Arts University College Ghent como professora visitante. 

Sinopse: Building é construído através de movimentos de raios de luz e da câmara,. Uma coreografia controlada de formas, sustentada pela música de Anton Aeki, que cria uma verdadeira experiência arquitetónica na tela. A capacidade fílmica da criação de espaços através de um acentuado jogo de planos negros e brancos funde-se na ideia de um móbil construtivista, de formas planas e nitidamente cortadas em permanente desenvolvimento, criando um loop espacial e atmosférico. O edifício filmico é inspirado na nova sala de concertos de Bruges e, portanto, também presta homenagem ao trabalho de Robbrecht & Daem, o coletivo de arquitetos belgas conhecido por trabalhos como o novo museu Boijmans van Beuningen em Roterdão e os Aue-Pavilions para a Documenta IX em Kassel.


www.portapak.be
www.monokino.org
www.augusteorts.be

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28 de Fevereiro a 12 de Março, 2023:

Chia-Yun Wu, Taiwan

Five, Four, Three, Two, 2022

Video 4K, cor, som, 13:20

Biografia: Chia-Yun Wu (Taiwan, 1988) é uma artista e cineasta baseada em Nova York. Mestre em Comunicação Visual pelo Royal College of Art (Reino Unido, 2016) e em Cinema pela National Taiwan University of Arts (Taiwan, 2018). Seus trabalhos são uma mistura de imagem em expansão, do filme para a instalação e arte conceitual. Para explorar a materialidade das imagens, que ao longo do tempo se expandiram do filme rumo às instalações e arte conceptual. De modo a explorar a materialidade das imagens, Chia-Yun Wu aplica a narração fílmica, o mise-en-scène e a linguagem cinematográfica orientada a experiências transmídia. Para além de trabalhar com a expansão das imagens, Wu também faz filmes de ficção. Ela usa personagens e enredos para narrar as indescritíveis histórias de vida e discutir o sentimento de pertencimento, liberdade e condição humana. Seus trabalhos foram exibidos em algumas instituições internacionais, incluindo ICA London, Museu do Louvre, Haus der Kulturen der Welt Berlin, BilbaoArte Fundazioa entre outros.

Sinopse: Five, Four, Three, Two responde ao Mito de Sísifo, de Albert Camus, no sentido de aceitar o destino ao invés de resistir a ele. O filme generaliza o mito através das vidas não relacionadas de três pessoas, eventualmente conectadas em seu ciclo pacífico de passagem, sem começo ou fim, alegria ou tristeza.

https://chiayunwu.com

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14 a 2 de Abril, 2023:

Genadzi Buto, Bielorrússia

Too Big Drawing, 2021

Vídeo Digital, cor, som, 5:13

Biografia: Genadzi Buto (1983) é artista, diretor e animador graduado na Academia de Artes do Estado da Bielorrúsia. Trabalhou em motion design e video effects para publicidade, videoclipes e cinema; posteriormente, a partir de São Petersburgo na Rússia, participou na produção de filmes como animador clássico e artista de storyboard e foi diretor de longas-metragens de animação para grandes estúdios de animação. Paralelamente, continua a realizar curtas-metragens experimentais independentes e de animação.

Sinopse: O desenho se estende além do papel, delineando o mundo real.

https://www.youtube.com/c/GenadziButo