Jardim das Esculturas

Entrada Livre

Música no Jardim do MNAC

2022-08-05
2022-08-26

As Noites de Verão são um programa da Filho Único co-produzido entre a Filho Único, a EGEAC, as Galerias Municipais de Lisboa, Museu Nacional de Arte Contemporânea, o Instituto Superior de Agronomia, o Palácio Pimenta - Museu de Lisboa, o Goethe Institut, e apoiado pela Direção-Geral das Artes e pelo EEA Grants.

Jardim do Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC)

19h30, entrada livre

5 de Agosto - Mário Rui Silva

12 de Agosto - Serpente

19 de Agosto - Maria da Rocha

26 de Agosto - Amosphère

 

5 de Agosto, 19h30, entrada livre

Mário Rui Silva

Nascido em 1952, o músico e investigador Mário Rui Silva é tido como um dos principais divulgadores da música angolana. O seu trabalho de pesquisa têm sido editado em diversos trabalhos discográficos como “Chants d’Angola pour demain”, 1994, “Luanda 50/60 ANGOLA”, 1997, ou “Luanda 1940 Angola” de 2002, assim como em obra bibliográfica, como os pioneiros “Ensaio de Mário Rui Silva para uma gramática comparativa, Português-Kimbundu, para falantes de língua portuguesa” e “Estórias para a História da Música em Angola”.

Viveu a sua vida entre Angola e Europa, conviveu com os músicos camaroneses Francis Bebey e Ewanjé, participou nas gravações do disco “Angola 72” do seu amigo e compatriota Bonga, assumindo como influência clara o guitarrista brasileiro Baden Powell.

A partir dos ensinamentos da lenda da música Angolana e co-fundador dos Ngola Ritmos, Liceu Vieira Dias, Mário ganhou um entendimento técnico, político e espiritual da cultura musical Angolana. Às mãos de Liceu, os ritmos tradicionais do Semba e do Kazukuta dos anos 40 e 50 ajudaram a criar um sentido de orgulho nacional colectivo emancipatório que acordou os ouvintes para a tirania do jugo colonial, contribuindo para o processo revolucionário do país rumo à auto-determinação e independência.

Uma selecção de músicas dos três álbuns que Mário editou na década de 80 : Sung’Ali (1982), Tunapenda Afrika (1985) e Koizas dum Outru Tempu (1988) foram compiladas pela editora inglesa Time Capsule em vinil duplo lançado em 2021. Juntas, pintam um quadro da jornada dum homem pela música da sua pátria, revitalizando nos dias de hoje, para uma audiência internacional, o seu indizimável nome e méritos artísticos.

 

https://timecapsulespace.bandcamp.com/album/stories-from-another-time-1982-1988

 

 

12 de Agosto, 19h30, entrada livre

Serpente

Serpente é o pseudónimo do leiriense Bruno Silva que reside desde há muito em Lisboa, um ativo agitador cultural da música electrónica de vanguarda, que opera também sob vários pseudónimos, onde se destaca Ondness, outro dos seus alter egos a solo, mas colaborando também em projetos como Sabre e O Carro de Fogo de Sei Miguel. Informado por toda a música electrónica, seja a concreta, experimental, música de dança dos anos 80/90 em diante, dancehall jamaicano, ou poliritmos vários, Bruno tem criado uma música desconstrutivista mas altamente idiossincrática que lhe tem valido meritórias críticas da imprensa especializada, com relevo particular para a que vem de Inglaterra. O amor que recebe da ilha agora formalmente desirmanada da restante Europa continental não é de todo de estranhar, sendo que Bruno tem editado frequentemente a sua música lá, através de editoras como a Alien Jams ou a Ecstatic. À semelhança do que acontecia em Ondness, aliado ao seu computador, com Serpente convoca outros músicos para o ajudarem a traduzir a sua música ao vivo, e nesta apresentação irá actuar em duo com o percussionista César Burago.

 

https://serpente101.bandcamp.com

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

19 de Agosto, 19h30, entrada livre

Maria da Rocha

À entrada de “nolastingname”, o disco de Maria da Rocha lançado o ano passado pela Holuzam, existe um aviso de plena inquietude. Música irrequieta, que transgrediu a clássica e procurou soluções para existir entre a música electrónica, a experimental, industrial, electro ou drone. A história conta-se pelo trajecto da sua autora, Maria da Rocha, violinista de formação clássica, que, a espaços, procura lugar noutros campos de composição, seja na electrónica ou na música experimental.

O seu trajecto (Lisboa-Berlim-Estocolmo) ouve-se em “nolastingname”, onde a libertação se mistura com a curiosidade e o desejo de mais. Talvez por isso a peça de 32 minutos que compõe o disco seja tão cheia de lugares que querem existir. Gravado no Elektronmusikstudion EMS em Estcolmo em 2019, Maria da Rocha experimenta com violino e buchla, esculpindo rápidos movimentos em curvas apertadas. Envolve pelo contínuo em transformação, por lugares inesperados (como quando, ali por volta do minuto 17, se ouve Drexciya) e uma pujança sem limites. Para ouvir bem alto. Música para tomar conta de tudo. Para dominar.

Um salto surpreendente face aos seus anteriores álbuns, “Beetroot & Other Stories” (Shhpuma, 2018) e “Pink” (Creative Sources, 2015), este último com Maria W. Horn.

 

https://holuzam.bandcamp.com/album/nolastingname

 

 

 

26 de Agosto, 19h30, entrada livre

Amosphère

Amosphère é uma compositora e artista visual sediada em Paris. Através de múltiplos mediums, utilizando um vocabulário minimalista e poesia ficcional concretista, a sua obra questiona o tempo, espaço, cosmologia, percepção humana e efeitos psicofisiológicos através de meditações sónicas.

Nascida e crescida na China, estudou literatura no Japão antes de se mudar para França em 2012. Com formação clássica em piano, passagem pela Central Saint Martins College of Art and Design em Londres e graduação na École National Supérieure D'Arts de Paris-Cergy, a sua prática artística procura equilibrar-se entre sintetizadores analógicos e tecnologias contemporâneas, criando partituras a partir de dados recolhidos online ou objectos visuais, que traduz em sons, e representa em instalações e performances que apresenta tanto no mundo físico ou através da realidade virtual.

Tem colaborado com músicos como Laurel Halo e NSDOS, mantendo com este último o duo Atyptek, e a sua produção discográfica pode ser encontrada no seu bandcamp, sendo representada pelo selo 33-33.

 

https://amo-sphere.bandcamp.com