De 18 de fevereiro a 22 de maio de 2022, está patente na Galeria [PeP], espaço do MNAC que integra o projeto [Portugal entre Patrimónios], a exposição ZOOM IN ZOOM OUT – Diálogos das imagens com o real, realizada em parceria com a ESEC – Escola Superior de Educação de Coimbra e com curadoria de Isabel Calado.
Sobre a exposição
Já sabemos que todas as imagens são representações, desde sempre assim foi. Isto quer dizer que nenhuma delas é a realidade e, ao mesmo tempo, talvez mais subtilmente, que todas mantêm com ela uma tensão. Dependendo da forma como lidam com esse vínculo, chamamos-lhes cópias, decalques, construções, memórias, vestígios, projeções, coisas imaginadas ou mesmo fantasias.
Em ZOOM IN ZOOM OUT encontramos sete fotografias de Duarte Belo e sete desenhos de quatro artistas plásticos que com elas dialogam: António Faria, David Fossard, Inês Moura e Mimi Tavares.
Sobre a fotografia haveria que realçar o seu statement mais imediato, que nos diz: eis a realidade. Apesar de todas as suas mais recentes mutações, ela é uma imagem material que permanece ancorada no mundo externo, a que hoje por vezes chamamos o Outro.
O desenho, por sua vez, convoca mais facilmente o conceito de imagem mental. Provém de um olho pensante e de um eu sensível. Diferenciando-se da fotografia, que é fundamentalmente descritiva, ele tem mais habilidade para tratar conteúdos cognitivos e emocionais de carácter analítico e expressivo, para recodificar informação e para explicar.
A verdade é que os dois géneros visuais pensam a realidade, embora a sirvam de modo diferente:
a fotografia começa no mundo externo e não o perde de vista, o desenho não dispensa
a cabeça do criativo e é isso que ele exterioriza.
O olhar do fotógrafo, ao menos numa fase inicial, deixa-se contaminar pelos contornos dos próprios objetos e pela luz do território-que-ele-mesmo-se-pinta, mas que só poderá surpreender-nos e revelar os seus embutidos através da lente do primeiro.
O olhar do desenhador domina o objeto e manifesta a exploração dos códigos linguísticos, tanto quanto um conceito, uma ideia, uma emoção. Os desenhos expostos procedem, numa escala variável, a uma subjetivação daquilo que os tocou nas estimulantes fotos de Duarte Belo.
Isabel Calado
Inauguração
18 de fevereiro às 18h00 no Museu Nacional de Arte Contemporânea.
Entrada livre.
Período expositivo
18 fevereiro – 22 maio 2022
Local
Museu Nacional de Arte Contemporânea
Rua de Serpa Pinto 4
1200-444 Lisboa
Horário
Terça a Domingo, das 10h00 – 18h00