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Herança

Ana Vidigal e Nuno Nunes-Ferreira

2021-05-18
2021-09-26
Curadoria: Emília Ferreira
Herança, de Ana Vidigal e Nuno Nunes-Ferreira

 

Dia 18 de maio, abre ao público a exposição “Herança”, de Ana Vidigal e Nuno Nunes-Ferreira. Com curadoria de Emília Ferreira, a exposição, que se realiza no ano em que se assinalam os 60 anos do início da Guerra Colonial, revela parte de dois arquivos pessoais, duas heranças de dois artistas cujos pais tomaram parte nesse momento traumático da história, que colocou Portugal num conflito armado com outros países, então suas colónias. 

A exposição contará com uma publicação, realizada numa parceria entre o MNAC e a Documenta, que incluirá ensaios de Emília Ferreira, Irene Flunser Pimentel e Raphael Fonseca.

Esta exposição é realizada graças ao mecenato da Fundação Millennium BCP.



HERANÇA

O passado é algo que nos assombra ou não. 

Que pode permanecer fechado dentro de caixas ou simplesmente ser visto à luz do dia.

A luz do dia varia muito. Mas o tempo físico, esse mede-se sempre por anos, horas, minutos e segundos.

Em 1961, Portugal levou a cabo uma Guerra Colonial que só terminou em 1974/75.

Em 2021, 60 anos depois desse início, isto foi o que nos deixaram dentro de caixas.

Postais, filmes, conversas, silêncios, cartas ou fotografias.

Este é o legado de quem viveu a Guerra Colonial Portuguesa. Este foi o legado que herdamos.

Cada um de nós fez desse legado o que quis.

Cada um de nós trouxe-o para luz do dia, utilizando mais ou menos luz.

Isto não é um trabalho a 4 mãos.

Isto é como cada um de nós geriu aquilo que os nossos pais nos deixaram. Nós, os filhos da Guerra Colonial.

 

Nuno Nunes Ferreira

Ana Vidigal

 

 

ANA VIDIGAL

Nasceu em 1960 em Lisboa, onde vive e trabalha.

O trabalho de Ana Vidigal recorre à pintura, colagem, assemblage e instalação como processos de descontextualização e reconfiguração de imagens retiradas de diversas fontes, explorando os valores sociais e políticos e até as memórias veiculadas.

Concluiu o Curso de Pintura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa em 1984. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian (1985–1987). Fez estágio de Gravura em Metal com Bartolomeu Cid, Casa das Artes de Tavira (1989). Foi pintora residente do Museu de Arte Contemporânea — Fortaleza de São Tiago, Funchal (1998/1999). 

Em 1995 e em 2002, foi convidada pelo Metropolitano de Lisboa para a execução de painéis de azulejos para as estações de Alvalade e de Alfornelos (construída), respetivamente. Representou Portugal na Bienal de Sharjha, em 2009. Realizou a sua primeira exposição antológica na Fundação Calouste Gulbenkian em 2010, intitulada Menina Limpa, Menina Suja, com curadoria de Isabel Carlos.

Em 2019, no Museu Leopoldo de Almeida nas Caldas da Rainha, realiza Bela e Má, com curadoria de Hugo Dinis. Em 2020, Amor Próprio, no Espaço 531 da Galeria Fernando Santos, Porto, Arpad e as Cinco, Museu Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, em Lisboa, e Vinte Anos Depois, na Galeria Casa das Mudas, Museu de Arte Contemporânea da Madeira.

Faz parte do Projeto Contra Parede, patente neste momento no Museu Municipal de Tavira.

Fez uma residência artística em Ifitry, Marrocos, em 2013. Em outubro de 2018, a convite da Embaixada de Portugal na Colômbia, efetuou duas Master Classes em Bogotá (Universidad de los Andes e FLORA ars+natura), e um site-specific (Universidad de los Andes). 

A sua obra está representada em várias coleções públicas e privadas, no país e no estrangeiro.

 

 

NUNO NUNES-FERREIRA

Nasceu em 1976, em Lisboa, e vive e trabalha em Santarém. Expõe individualmente com regularidade desde 2000. Das suas exposições individuais mais recentes destacamos: dois anos e meio, Balcony Contemporary Art Gallery, Lisboa (2019); A qué hora comienza la revolución?, Galeria Juan Silió, Santander, Espanha (2017) e 1440 minutos, Galeria Baginski, Lisboa. Participou em inúmeras exposições coletivas, entre as quais: Alianza del ojo y del alma, Centro Cultural “Los Arenales”, Biblioteca y Archivo de Cantanria, Santander (2019); crónicas del mundo actual, Fundación Valentin de Madariaga, Sevilha, Espanha (2018); O que eu sou, MAAT, Lisboa (2017); Portugal em Flagrante, Operação 1, 2 e 3, Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa (2017); Rehabitar el espacio: presente, passado y futuro, Colección DKV, Museu Lázaro Galdiano, Madrid, Espanha. Os seus trabalhos estão presentes em diversas coleções, nomeadamente na Fundação Calouste Gulbenkian; IVAM, MAAT, FLAD, Fundación Hortensia Herrero, Colección Norte de Arte Contemporáneo, Fundación Focus Abengoa, Fundació Sorigué, Colección DKV, Fundação Bienal de Cerveira, Museo de Arte Moderno y Contemporáneo de Santander, Liberty Seguros, Colección Olor Visual, Colección ACB, Juan Uslé, entre outras.



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