Atingindo uma década de edições, a Filho Único apresenta o ciclo de concertos ‘Noites de Verão’ 2019, uma co-produção com a EGEAC, Galerias Municipais de Lisboa e o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado. No décimo como no ano de incepção, a marca do programa pauta-se por promover músicos e espectáculos com coragem, integridade, inteligência e honestidade emocional, sendo gratificante o lugar que o mesmo foi ganhando no mapa cultural da cidade na época estival, sustentado pela curiosidade e confiança de público de Lisboa e o que a visita.
Programa
02 de Agosto - Raw Forest (PT)
Um dos alter egos de Margarida Magalhães, cuja origem remonta a 2011 enquanto entusiasmo na pesquisa pelo universo da “early electronic music”, as correlações com a música concreta, a dimensão kitsch do easy listening, a liturgia do drone, a new age, e por diante. Bolou as Listening Sessions, onde se propunha a construir ambientes e paisagens através de seleção de músicas e fragmentos, e em 2014 a convite da curadora Margarida Mendes realiza a primeira na Barber Shop, “Listening Session for Plants”. A partir daí várias outras aconteceram e o processual que se desenvolvia cunhou as formas iniciais com que - e como - começou a compor, desde logo na banda sonora para o vídeo “The Current Situation” do artista Pedro Barateiro em 2015. O seu primeiro EP “Post-Scriptum” acaba de ser publicado na editora Labareda e pode ouvir-se como uma obra distópica singular abençoada pelo espectro da Idade das Trevas que se abateu sobre a nossa Internet, a desilusão associada, e o que virá depois.
"Post Scriptum” - https://labareda.bandcamp.com/album/post-scriptumAo vivo numa festa mina - https://soundcloud.com/minassuspension/raw-forest-mina-lisbon-21st-september-2018
09 de Agosto - Maria Reis (PT)
Maria Reis apresta-se a lançar o seu novo disco “Chove na Sala, Água nos Olhos”, uma edição de autora. Sucede ao EP “Maria” de há dois Verões, na Cafetra, e a um percurso de sonho vivido nas Pega Monstro. Tem também colaborado com nomes como Sara Graça, Joana da Conceição, Gabriel Ferrandini, Miguel Abras ou Rudi Brito em concertos, apresentações artísticas multimediais, edição de música e de poesia. “Chove na Sala, Água nos Olhos” chega-nos maravilhoso, curto e directo, animado de dúvidas e sentenças que a sua experiência achou nas acções humanas, expressas em breves e elegantes canções. O sensato e o ridículo, as alegrias e as tristezas, as melodias e os ritmos, as costuras e os arranjos, muito nesta primorosa colecção da Maria nos mostra o seu dom de incidir sobre aquele núcleo permanente, atemporal da realidade humana. E daí decorre a sua identidade e admirável actualidade.
“Maria” - https://cafetrarecords.bandcamp.com/album/maria-ep
“Preguicite” vídeo - https://youtu.be/IGglKZm2NJg
16 de Agosto - Oren Ambarchi (AU)
No ano em que Oren Ambarchi celebra 50 anos e a sua editora Black Truffle, um canal único para a divulgação de música electrónica e experimental, festeja o seu décimo aniversário, temos o prazer de recebê-lo nas nossas Noites de Verão. Na bagagem traz “Simian Angel”, o seu mais recente trabalho que será editado em Julho na Editions Mego, o sucessor do magnífico “Hubris” (2016). Depois de três álbuns em que trabalhou diferentes linguagens e instrumentos na criação de música mais rítmica/minimal, Ambarchi regressa ao seu instrumento de eleição em “Simian Angel”, a guitarra, deixando-se influenciar por uma paixão de há muito tempo: a música brasileira. Ouvir-se-á a sua guitarra no Chiado, a solo, e a sensibilidade de um artesão que consolida bem técnica, harmonia e experimentalismo.
Site oficial - https://orenambarchi.com
“Simian Angel” preview - https://soundcloud.com/editionsmego/oren-ambarchi-simian-angel-excerpt-emego-264
23 de Agosto - Peter Evans (US)
No ano passado, Peter Evans celebrou a sua mudança para Lisboa, depois de década e meia a viver em Nova Iorque, com dois concertos em Lisboa e Porto, com a Orquestra Jazz de Matosinhos. Para a última Noite de Verão 2019 espera-nos um concerto bem diferente. O trompetista norte-americano actuará a solo, num palco que servirá as suas estruturas de improviso, com origens no jazz, mas que atravessam géneros e experiências sonoras, fruto de anos de colaborações com John Zorn, Jim Black, Matana Roberts, Nate Wooley, Joe McPhee, Mary Halvorson, entre muitos outros. O trompete de Peter Evans é hoje uma verdadeira instituição.
Site oficial - http://www.peterevanstrumpet.com
Bandcamp - https://peterevansmusic.bandcamp.com