(R)EVOLUÇÃO E (R)E(X)SISTÊNCIA NA VIDEOARTE
Em 2018, o único festival de vídeo arte em Lisboa, completa 10 anos!
A videoarte como linguagem artística emergiu como resistência crítica ao sistema mercantil das artes visuais e à consolidação da TV como veículo de comunicação de massa hegemónico durante a Guerra Fria, causando uma revolução nos códigos da arte. Passados mais de 50 anos do seu início, a videoarte encontra-se num contexto de grandes mudanças tecnológicas e de novos conflitos políticos, ideológicos, sociais, estéticos e económicos que nos faz indagar sobre o estado das coisas e a sua relação com a produção artística.
Em 2018, o FUSO comemora o seu décimo aniversário atento às reverberações do mundo contemporâneo e foca a sua atenção em questões que envolvem os sentidos de resistência, existência, revolução e evolução.
O único festival com programação contínua de videoarte nacional e internacional, em Lisboa, tem promovido a criação portuguesa e proporcionado encontros e parcerias e neste ano olha para a sua própria história ao mesmo tempo que interroga e apresenta a produção de vídeo arte em momentos históricos de conflitos. Confrontando linguagens já canónicas às mais contemporâneas, o FUSO mostra obras em vídeo que cruzam as artes plásticas, a performance, o cinema, a literatura e os meios digitais, propondo uma nova abertura à imagem em movimento do século XXI.
Jardim do Museu Nacional de Arte Contemporânea | 30 AGO
22h00 – Programa MARTA MESTRE | “Reload”
23h15 – Programa MARTA MESTRE | “Reload”
22h00 – Programa MARTA MESTRE
“RELOAD”
Duração: 57’
"Reload" faz um ponto de situação sobre a produção dos artistas premiados nas oito edições do FUSO – ANUAL DE VIDEO ARTE INTERNACIONAL DE LISBOA, e procura "carregar baterias" para as próximas edições.
Através de uma seleção cuidadosa, que visa criar diálogos à partida não estabelecidos, foram selecionados trabalhos de treze artistas, privilegiando, sempre que possível, a sua produção recente.
Necessariamente diverso, expressando a produção contemporânea em vídeo, vários dos trabalhos que integram as sessões do MNAC fazem uso de contextos poéticos e políticos, reivindicativos e contemplativos, documentais e ficcionais, cujas fronteiras são naturalmente instáveis.
Artistas e sinopses
_RAQUEL SCHEFFER (PT) // Nshajo (O Jogo), 2011, 7’55’’
Entre 1957 e 1960, o antropólogo Jorge Dias, uma das figuras maiores da etnografia colonial portuguesa e da corrente luso-tropicalista, realiza três estudos de campo no Planalto dos Macondes, no Norte de Moçambique. O material recolhido daria origem à extensa monografia Os Macondes de Moçambique (1964-70), uma das obras fundamentais da antropologia portuguesa. Em 1960, aquando da quarta expedição a Moçambique, Jorge Dias permanece durante alguns dias na residência da família da autora, no Mucojo, onde o seu avô era então administrador de posto. Nshajo (O Jogo) entrelaça o relato de um episódio prosaico da estadia de Jorge Dias no Mucojo com uma tentativa de reflexão visual sobre os limites da representação antropológica e os processos de observação empírica, comparação, imitação e aculturação.
BIO
Raquel Sheffer (Porto, 1981) é realizadora e doutoranda em Estudos Cinematográficos na Université de la Sorbonne Nouvelle - Paris 3, onde prepara uma tese sobre a representação cinematográfica da história contemporânea, sob a orientação de Philippe Dubois. Publicou o livro “El Autorretrato en el Documental” em 2008, na Argentina, país onde concluiu um mestrado em Cinema Documental. Realizou curtas-metragens e vídeos, apresentados em diversos festivais e exposições, como o FIDMarseille, o Berlinale Talent Campus ou a Trienal de Mármara. A sua primeira exposição individual foi inaugurada recentemente em Santander. “Avó (Muidumbe)”, curta-metragem produzida no âmbito do Curso de Videoarte da Fundação Calouste Gulbenkian, acaba de receber o prémio de melhor filme na secção competitiva do Festival FUSO, em Lisboa.
_RUI MOURÃO (PT) // This is not my voice, 2016, 9’27’
O vídeo apresenta um questionamento pessoal sobre o papel da arte no atual sistema. Parte da irreverente ocupação "artivista" do MNAC, promovida pelo artista, para explorar alternativas que rea-proximem a estética da ética, a arte da sociedade, o eu do outro. Aponta para o potencial ritual da arte nas ligações imagem-corpo e consciência-ação. Na busca, experimenta a transformação.
BIO
Rui Mourão (1977, Lisboa) é artista e investigador. Faz vídeo/videoinstalação e performance. Estudou Artes (UAB e CECC, Barcelona; Maumaus, Lisboa; Malmö Art Academy, Suécia). Pós-graduação em Culturas Visuais Digitais e Mestrado em Antropologia, ambos no ISCTE. Doutorando em Estudos Artísticos na FCSH - Univ. Nova de Lisboa. Fez residências artísticas, conferências, artigos, livros e mais de 50 exposições e videoscreenings em 16 países.
_ JOSÉ CARLOS TEIXEIRA (PT) // ON EXILE, elsewhere within here, 2018, 25’
No cruzamento entre cinema documental, arte e antropologia, ON EXILE, elsewhere within here investiga conceitos de migração, deslocação e alteridade. Através de entrevistas com refugiados de comunidades muçulmanas do Médio-Oriente e Norte de África, asilados nos Estados Unidos, este filme experimental constrói retratos psicológicos íntimos, inserindo-os num contexto histórico e político determinado. Estética e eticamente empenhado no encontro etnográfico e nas delicadas questões da representação do Outro, o autor procura ouvir e inscrever as vozes dos refugiados, em oposição a um discurso dominante que lhes nega agência ou existência própria. ON EXILE convida-nos, assim, a uma reflexão e um tempo demorados, a um processo necessário de empatia e intersubjectividade – “para nos devolver o Outro, ou nos devolver ao Outro” (J. Pinharanda).
*Esta é uma versão reduzida do original de 70 minutos
BIO
José Carlos Teixeira (Porto, 1977), artista visual e investigador, obteve o seu mestrado na University of California Los Angeles (UCLA), como bolseiro Fulbright, e a sua licenciatura na FBAUP. Das exposições individuais recentes, destacam-se as no MAAT e no Madison Museum of Contemporary Art. Tem apresentado o seu trabalho internacionalmente em instituições como o Hammer Museum, LACE (Los Angeles), Museum of the City of New York (NY), MOCA, Spaces (Cleveland), Württembergischer Kunstverein (Estugarda), DAZ (Berlim), entre muitas outras. Os seus filmes têm sido exibidos em festivais como o Rencontres Internationales Paris/Berlin, Currents New Media Festival, LA Freewaves e Athens International Film and Video Festival. Em 2005, foi nomeado para o Prémio Novos Artistas EDP, e recebeu o Prémio do Júri no Festival FUSO em 2011. Foi artista residente na Akademie Schloss Solitude (Alemanha), MacDowell Colony e Headlands Center for the Arts, sendo actualmente docente na UW-Madison (EUA).
_JOSÉ SIMÕES (PT) // How to eat a Napoleão, 2017 ,2’43’’
Comer como um Português / Eat like a Portuguese é uma série de pequenos vídeos esquemas que revelam as diferentes maneiras de os portugueses comerem alguns doces tradicionais e outros que se encontram nas pastelarias e cafés no nosso Portugal como o Éclair, a Bola de Berlim, o Jesuíta, o Pastel de Nata, o Napoleão, o Croissant, o Queque, o Bolo de Arroz entre outros quantos através de um subtil humor, um retrato cultural e uma peculiaridade pessoal.
BIO
José Simões (1976, Beira. Moçambique). Autor do vídeo "Barrabés", com o qual participou na 4ª competição Instantes de Paisagem 2010, CDAN – Centro de Arte y Naturaleza, Huesca, Barcelona. Recebe o prémio aquisição FUSO / Fundação EDP 2015 com o vídeo "Como os Portugueses comem a torrada em pão de forma", com o qual participa nos festivais OODAAQ#6 e Aurora Arts Festival, 2015. Co-autor do projecto "Roteiro Oficinal do Porto". Autor de vídeos presentes em festivais e exposições: CHEONGJU CRAFT BIENNALE, Real to Reel: The Craft Film Festival, Handmade Doc Fest, Italy & Festival of Making.
_ MACIEL SANTOS E JOÃO CRUZ (PT) // Ping Punk King Pong, 2015, 5’42’’
Um palco, público, dois jogadores e muita acção. Tudo isto num curto e empolgante jogo de ping pong que acontece numa sala de espectáculo, onde o improvável se torna real e o jogo transforma-se em algo (im)possível. Ping Punk King Pong é o nome deste vídeo que questiona seriamente, mas de forma “cómica” as nossas crenças.
BIO
Maciel (1982), vive e trabalha em Sesimbra. Estudou arquitectura no ISCTE e licenciou-se em Pintura na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Tem participado em exposições colectivas e individuais em Portugal e no estrangeiro. João Cruz nasceu em 1986. Licenciado em pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, fez parte do curso “Projeto Individual” no AR.CO. O seu trabalho transita entre o desenho, pintura, instalação, tapeçaria, street art e vídeo.
_ LEALVEILEBY (PT) // The Two-Headed Bull and Other Portuguese Fables, 2017, 7’41’’
Filmado com uma câmara digital portátil e com imperfeições cinematográficas, como grão adicionado na pós-produção, este vídeo utiliza "títulos" da era do cinema mudo para criar um jogo antropomórfico que revela a facilidade com que projetamos traços humanos em tudo à nossa volta através da linguagem. O vídeo lembra-nos de como o texto e a imagem moldam constantemente a nossa compreensão do mundo.
BIO
LealVeileby é uma dupla constituída por António Leal (Lisboa, Portugal, 1976) e Jesper Veileby (Karlstad, Suécia, 1985). Vivem e trabalham em Malmö, na Suécia, mas mantêm um atelié em Lisboa que utilizam frequentemente. Utilizando uma variedade de médios como o video, objectos ou instalação, a dupla investiga a natureza da arte e da produção de conhecimento. A sua prática é descrita como uma exploração lúdica dos territórios científico, oculto e linguístico. Em 2017 a dupla recebeu uma bolsa anual de trabalho da Swedish Arts Grants Committee. Leal concluiu o mestrado em Belas Artes na Academia de Arte de Malmö (2009-11, tutora Gertrud Sandqvist) e frequentou o Independent Study Program da Maumaus - School of Visual Art em Lisboa (2006-09). Veileby concluiu o bacharelato e o mestrado em Belas Artes na Academia de Arte de Malmö (2009-14, tutor João Penalva).
A dupla mostrou individualmente no Espaço Campanhã (Porto, PT, 2018), na Konsthall K (Karlstad, SE, 2014), Espaço Campanhã (Porto, PT, 2013) e Galleri Pictura (Lund, SE, 2012). Das mostras colectivas destacam-se: Fuso - Video Art Festival, MAAT (Lisboa, PT, 2017), XIX Bienal de Cerveira (Vila Nova de Cerveira, PT, 2017), Sjöbo konsthall (Sjöbo, SE, 2017) e Inter Arts Center (Malmö, SE, 2015).
23h15 – Programa MARTA MESTRE
“RELOAD”
Duração: 41’
"Reload" faz um ponto de situação sobre a produção dos artistas premiados nas oito edições do FUSO – ANUAL DE VIDEO ARTE INTERNACIONAL DE LISBOA, e procura "carregar baterias" para as próximas edições. Através de uma seleção cuidadosa, que visa criar diálogos à partida não estabelecidos, foram selecionados trabalhos de treze artistas, privilegiando, sempre que possível, a sua produção recente.
Necessariamente diverso, expressando a produção contemporânea em vídeo, vários dos trabalhos que integram as sessões do MNAC fazem uso de contextos poéticos e políticos, reivindicativos e contemplativos, documentais e ficcionais, cujas fronteiras são naturalmente instáveis.
Artistas e sinopses
_VICTOR JORGE (PT) // Landscape, 2013, 2’11’’
Filme Found-Footage Super8 de 1979, recuperado e restaurado com uma série de movimentos de câmara panorâmicos, numa paisagem com som/música de Lionel Ritchie, “All Night Long”
Representado nas coleções de arte: coleção privada Ar.Co (Centro de arte e comunicação visual) e Fundação EDP Arte / MAAT, Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, Lisboa FUSO (Autor – Todos os direitos de exposição). Vencedor do prémio 2013 – FUSO / FUNDAÇÃO EDP ARTE, 2013.
BIO
Victor Jorge (Lisboa, 1971). Fez o curso de video/cinema e som de autor no Ar.Co. Estudou teatro (F. C. Gulbenkian, Lisboa e Estúdio do Método, Londres). Fez dança no Rui Horta, Buthô com Catherine Chu e frequentou Filosofia na Univ. Nova de Lisboa. Tem exposto o seu trabalho entre Portugal, EUA, Itália, França.
Victor Jorge (Lisbon, 1971) completed a course in video/cinema and sound design at Ar.Co. He studied theater (F. C. Gulbenkian, Lisbon and the Method Studio, London) and dance at Rui Horta, Butho with Catherine Chu and Philosophy at the Nova University of Lisbon. He has exhibited his work in Portugal, the USA, Italy and France.
_SALOMÉ LAMAS (PT), A Torre, 2016, 8'
Talvez a experiência de Kolja de subir ao topo da árvore, de metamorfosear o seu corpo (humano) com a árvore (natureza) aventurando-se na fronteira da terra com o céu, venha confirmar a sua pureza de espírito, a grandiosidade dos idiotas ou a imbecilidade dos místicos. Ou será tudo isto junto? Talvez seja um sintoma dos iluminados ou somente um suicídio elaborado.
BIO
Salomé Lamas (Lisboa) estudou cinema em Lisboa e Praga, artes visuais em Amestredão e é candidata a um doutoramente em estudos da arte contemporânea em Coimbra. O seu trabalho tem sido exibido tanto em feiras de arte como em festivais de cinema como a Berlinale, Museu Rainha Sofia, MNAC- Museu do Chiado, DocLisboa, Cinema du Réel, Visions du Réel, MoMA – Museum of Modern Art, Museo Guggenheim Bilbao, Harvard Film Archive, Arsenal Institut fur film und videokunst, Viennale, Culturgest, CCB - Centro Cultural de Belém, Museu Serralves, Tate Modern, CPH: DOX, Centre d’Art Contemporain de Genève, Bozar, SESC São Paulo, MAAT, La Biennale di Venezia Architettura, entre outros. Lamas recebeu várias bolsas tais como The Gardner Film Study Center Fellowship – Harvard University, The Rockefeller Foundation – Bellagio Center, Fundação Calouste Gulbenkian, entre outros. Paralelamente colabora com a Universidade Católica Portuguesa e Elias Querejeta Zine Eskola.
_ALICE DOS REIS (PT) // The Real Estate Render Blackout, 2017, 9'
Uma identidade anónima induz intencionalmente um corte de energia total no universo dos modelos 3D de Imobiliário de Luxo. Imagens de interiores de luxo em quase escuridão absoluta sucedem-se enquanto as suas personagens virtuais, agências de imobiliário, empresas de construção, consumidores e outras entidades se vêem obrigadas a encarar e ajustar-se à escuridão da nova realidade imprevista.
BIO
Alice dos Reis (Lisboa, 1995) vive em Amesterdão. Atualmente está a fazer um mestrado em Belas-Artes no Sandberg Instituut, como bolseira da Fundação Gulbenkian para Artes e Investigação. A sua obra diversificada, essencialmente em cinema, combina a investigação académica e a ficção especulativa, como complementos na intersecção entre a produção de imagem de plataforma digital e a política contemporânea. A sua obra tem sido exibida em diversas instituições e galerias na Europa, nomeadamente Museu MAAT (Lisboa), EYE Film Museum (Amesterdão) e Spektrum – Art, Technology Community (Berlim).
_RITA FIGUEIREDO (PT) // The Great Attractor, 2017, 9'
“The Great attractor” é um filme que parte do mito de Ícaro para explorar a relação entre o humano, o seu planeta e o astro que os ilumina. Dividido em 3 andamentos, o filme junta imagens em movimento que percorrem o séc. XIX ao séc. XXI, falando secretamente da relação do cinema com a luz, da curiosidade humana sobre o movimento circular dos corpos humanos e celestes, e a destruição dos mesmos.
BIO
Rita Figueiredo (1977, Lisboa, Portugal). Estudou artes plásticas e cinema em Londres e Nova Iorque. Trabalha em realização e montagem. As suas curtas-metragens têm estado presentes em vários Festivais de cinema nacionais, internacionais e instalações de vídeo-arte. A curta-metragem “Silêncio de dois sons” foi seleccionada para o IFFR - Festival Internacional de Cinema de Roterdão em 2012.
_BRUNO RAMOS (PT) // Better Life, 2013,6'
Better Life (“Uma Vida Melhor” ) é uma narrativa paralela de duas lutas entre o serviço militar e a cidadania. O áudio capta a história de Bi-rendra M., um nepalês que combateu na Primeira Guerra do Golfo, numa divisão especial do exército britânico, denominada Gurkhas. Esta unidade especial está ativa desde 1857 mas só recentemente os soldados foram autorizados a viver ou visitar o Reino Unido. À medida que ouvimos a sua história, vemos um complexo de habitação social com o nome de James Hammett, um sindicalista da Inglaterra do século XIX, que foi expatriado para a Austrália devido ao seu esforço para melhorar as condições de vida de agricultores.
BIO
Bruno Ramos nasceu em 1975 em Lisboa. Estudou fotografia, cinema e crítica de arte contemporânea. O seu trabalho como artista plástico tem sido desenvolvido e exposto internacionalmente. Em 2006 foi finalista do prémio BES revelação em fotografia e em 2010 foi-lhe atribuída a bolsa Gulbenkian para desenvolvimento académico no estrangeiro. Em 2012 ganhou o prémio Fuso Videoarte pelo seu vídeo Factory. Vive e trabalha em Londres.
_JOÃO CRISTÓVÃO LEITÃO (PT) // O Retrato de Irineu, 2014, 4’
Irineu: incapaz de esquecer e dotado de uma memória infalível.
BIO
Licenciado em Teatro (Dramaturgia), pela Escola Superior de Teatro e Cinema, e mestre em Arte Multimédia (Audiovisuais), pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Actualmente, é doutorando na mesma instituição. Enquanto criador, funda o colectivo performativo 3.14 (2010-2012) e, em 2012, integra o colectivo SillySeason. Desenvolve, regularmente, projectos de vídeo arte, os quais foram exibidos a nível internacional e/ou premiados a nível nacional. É representado pela plataforma francesa Heure Exquise: Centre International pour les Arts Vidéo, tendo colaborado com: Mole Wetherell (2012), Rabbit Hole (2014), VIDEOLOTION (2015-2017), Elmano Sancho (2015), Ana Jezabel e António Torres (2017), Daniel Gorjão/Teatro do Vão (2017) e João Pedro Fonseca (2017).
_PEDRO MATIAS (PT) // I’m the drawing, you’re the reality, 2010, 2’34’’
“Sou sobretudo desenho”. Como artista, ainda me vejo uma pessoa de desenho. Este trabalho é um compromisso e statement mostrando uma nova forma de desenho. Será necessário ter uma filha de papel entre a minha mão e eu? Deverei ser eu o papel dos meus desenhos? Um outro trabalho ainda em aberto, onde eu luto por novas formas de auto-retrato, procurando uma nova expressão no meu desenho.
BIO
Pedro Matias nasceu em Lisboa em 1984, no período pós-revolução. Enquanto cresce, Pedro apercebe-se que o seu corpo e mente seguem em direções diferentes. O seu pensamento desincorpora-se, vivendo para além de si mesmo, enquanto o seu corpo falhava em expectativas. Depois de vários anos recusando reflectir sobre o seu corpo, corporalidade e sexualidade, Pedro descobre performatividade na sua prática artística. Desde então procura colocar em diálogo objeto, corpo e espaço.