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O GOSTO PARISIENSE NO MUSEU NACIONAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA

2016-04-06
2017-04-06
Curadoria: Maria de Aires Silveira

Um significativo conjunto de 11 obras francesas integra a coleção do Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado. Corresponde a um interesse pela incorporação de autores consagrados da viragem do século XIX-XX e a um gosto por valores modernos da arte francesa, num período de valorização do regresso ao equilíbrio da forma.

Notícias e memórias de artistas portugueses em Paris, desde finais do século XIX, revelam a cidade como polo da modernidade, vivida em Academias Livres, cafés, teatros e residências (14 Cité Falguiére) numa boémia urbana ligada ao convívio artístico das vanguardas internacionais, interrompido pela I Guerra Mundial (1914-18). Nos anos 30, entre a afirmação do Estado Novo e uma intencional aproximação à arte e culturas parisienses, surge a figura de José de Figueiredo, Diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, responsável pela preparação de uma importante exposição, no Museu Jeu de Paume, em Paris. Conta com a colaboração do conservador do Museu, André Dezarrois, seu amigo, e apresenta uma espécie de mítica viagem pela arte portuguesa, ao longo do tempo: L’Art Portugais de l’Époque de Grandes Découvertes au XX ème siècle.

Pouco depois, em 1934, a arte francesa é apresentada em Lisboa, na Sociedade Nacional de Belas-Artes, numa grande exposição, comissariada por José de Figueiredo e André Dezarrois, e organizada pela Direção dos Museus Nacionais Franceses. Neste ano, o Diretor do Museu Nacional de Arte Contemporânea, o pintor Adriano Sousa Lopes, adquire esculturas de Auguste Rodin (1840-1917), Antoine Bourdelle (1861-1929), Joseph Bernard (1866-1931), múltiplos de obras, em bronze, integradas nesta exposição. Inicia assim a constituição de um núcleo de arte francesa, preenchido em 1937, com o legado de 6 desenhos de Rodin, da coleção de José de Figueiredo. Ainda uma aquisição de Diogo de Macedo, Diretor do MNAC, em 1947, e uma doação, em 1987, acrescentam peças relevantes de Aristide Maillol (1866-1941) e Jean-Baptiste Carpeaux (1827-1875) àquele conjunto de 3 esculturas.


Maria de Aires Silveira