A apresentação desta Exposição do escultor Jorge Vieira, na Galeria de exposições temporárias do Museu do Chiado, significa, nas intenções programáticas do Instituto Português de Museus, a clara determinação de estudar qualificadamente os ciclos iniciais da arte contemporânea portuguesa e, sobretudo, possibilitar ao público o seu reconhecimento e fruição.
No caso de Jorge Vieira, esta tarefa era particularmente necessária. Trata-se de um dos fundadores da modernidade escultórica nacional, como foi reconhecido em primeiro lugar no estrangeiro, quando obteve um prémio em Londres, 1953, no Concurso Internacional de Escultura O Prisioneiro Político Desconhecido. Logo depois, em 1958, com a mesma peça, foi o único escultor português seleccionado pelo júri de admissão para integrar a importante exposição 50 ans d' Art Moderne, no âmbito da Feira Internacional de Bruxelas.
No seu próprio país, Jorge Vieira não foi então nem reconhecido nem estimulado. Viu, várias vezes, preterido o seu generoso empenho de aceder à docência na Escola de Belas-Artes de Lisboa, onde se licenciara e teria desempenhado um papel formador da maior importância. Só tardiamente (1981) essa injustiça será reparada, a tempo ainda de deixar memória indelével nos melhores alunos de que foi Mestre, como prova o comovido texto que o escultor Rui Chafes lhe dedica neste Catálogo.
Adiado foi sendo também o propósito de lhe fazer uma indispensável Exposição retrospectiva que a Faculdade de Belas-Artes de Lisboa chegou a anunciar na altura da sua jubilação, em 1992.
Ela aqui está finalmente, no espaço particularmente adequado do novo Museu do Chiado, preparada com a imensa dedicação do próprio artista e de sua mulher; a escultora Noémia Cruz. Dirijo-lhes o meu agradecimento sincero, certa de que o público lhes agradecerá também pelo mundo secreto e mágico que aqui lhes é proposto.
Simonetta Luz Afonso
Jorge Vieira: Sem título
© DGPC/MNAC
MNAC
entrada: Condições GeraisJorge Vieira
1995-03-18
1995-07-18
Curadoria: Pedro Lapa
Em Exibição
Biografia do traço. Desenhos da colecção MNAC - 1836//2024
2024-10-25
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Cuspindo a Barlovento
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