Gillian Wearing, Broad Street, 2001
Gillian Wearing, Broad Street, 2001

MNAC

entrada: Condições Gerais

Broad Street

Gillian Wearing

2001-05-22
2001-09-30
Curadoria: Pedro Lapa
Broad Street é o nome de uma avenida central de Birmingham, cidade britânica que na últi­ma década conheceu uma certa prosperidade económica pela instalação de novos centros de decisão da actividade.
Paralelamente a avenida foi povoada de bares e discotecas tornando-se um lugar de diver­são nocturna concorrido e suficientemente maioritário para o estabelecimento de uma indústria de entretenimento. Rapidamente os hábitos do lugar foram transformados pela agitação de centenas de jovens que vagueiam de bar em discoteca até ao encerramento de toda esta panóplia de diversão e consumo. Durante três fins de semana Gillian Wearing decidiu filmar as ruas e os interiores das discotecas da Broad Street, de forma mais ou menos oculta, aproximada ou aproximada pelo zoom da câmara, quase sempre fixa, man­tendo, por isso, um afastamento que deixa em aberto o lugar do observador dos múltiplos acontecimentos que vão decorrendo ao longo da noite. A mistura e a montagem destes registos, distribuídos por seis vídeos projectados pelas quatro paredes de uma sala, cercam o observador tornando impossível uma percepção total dessa simultaneidade excessi­va de situações, acompanhados pelos seus ruídos e músicas estridentes. As dimensões variadas das projecções nas paredes geram uma proliferação de imagens que no decurso temporal da sua apresentação travam relações entre si, não só pelos pólos de interesse do observador e consequente direcção da atenção, mas também pela aparente sequência de acções ou reconhecimento de um mesmo cenário nas diversas projecções. Assume assim relevância a relação espacial das diferentes projecções que suscita articulações entre si e que o observador realiza através de uma montagem sobre as montagens de cada projecção. O som de cada registo coexiste com os outros, no entanto sofre continuamente enfoques através do volume mais destacado de uma determinada situação. Esta flutuação de enfoques sonoros dos vários registos visuais organiza uma sequência no curso do desenvolvimento temporal da peça. Todavia é também neste decurso que a atenção suscitada pela pluralidade de estímulos tende a dissociar o som da visualidade, já que progressivamente a atenção descola da relação directa de ambos os registos: sonoro e visual. Este facto, gera uma instabilidade provocada pela parcialidade da percepção do observador que sabe sempre que algo mais está a acontecer, embora a tal não possa fisicamente aceder. A multiplicidade de registos descobre-se assim como uma constelação a que escapa qualquer centralidade de um ponto de vista. Produz-se com isso uma imagem composta, possibilitada pela própria instalação.


Perdro Lapa
Director do Museu do Chiado

Em Exibição

The c(AI)rcles’s Pentagon

By Gencork | Sofalca

2025-05-28
2025-06-26
Curadoria: Portugal Faz Bem
A instalação de design/arte The c(AI)rcle’s Pentagon, que explora a ligação entre inteligência artificial, design (re)generativo, arte e sustentabilidade
Exposição individual

Caminhos

Coleção Millennium bcp

2025-05-16
2025-08-24
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Esta exposição coletiva aborda, a partir do tema da paisagem, o desejo da viagem ou a necessidade íntima de criar caminhos próprios
Exposição temporária

O FARDO DO HOMEM BRANCO

João Fonte Santa

2025-04-10
2025-07-03
Curadoria: Lúcia Saldanha e Rui Afonso Santos
O Artista recorre a uma linguagem figurativa que se vale dos paradigmas oitocentistas do Naturalismo - quer da pintura como da ilustração coevas, visualmente familiares e instituídos.
Exposição individual

ALDEBARAN CAÍDA POR TERRA

2025-03-13
2025-06-22
Aldebaran Caída por Terra é uma série de pinturas moldadas, com formas irregulares e orgânicas, onde o volume e incidência da luz se insinuam na forma de ver os (quase todos) rostos, pintados a pastel de óleo.
Exposição individual

Impressões Digitais. Coleção MNAC

2024-12-12
2026-12-30
Curadoria: Ana Guimarães, Emília Ferreira, Maria de Aires Silveira e Tiago Beirão Veiga
Constituída por obras fundadoras da historiografia da arte portuguesa contemporânea, de 1850 à atualidade, a coleção do MNAC guarda vários tesouros nacionais.
Exposição Permanente

Desde 1911

2022-05-26
2026-05-26
Uma intervenção que celebra os 110 anos do MNAC.
114 anos