Rosângela Rennó, Espelho Diário, Vista da Exposição, 2001
Rosângela Rennó, Espelho Diário, Vista da Exposição, 2001

MNAC

entrada: Condições Gerais

Espelho Diário

Rosângela Rennó

2001-11-09
2002-02-03
Curadoria: Pedro Lapa
Espelho diário é um trabalho integralmente desenvolvido sobre vídeo, suporte pouco recorrente na produção de Rosângela Rennó. A artista tem organizado desde 1987-1988 uma pesquisa com fotografia apropriada, a partir do seu uso nos mais diversos contextos históricos e sociais. A ênfase posta nas séries de fotografias, negativos ou arquivos incide, por isso, nos dispositivos de organização e apresentação da própria imagem, nas funções que a determinam e, no fundo, confinam a sua identidade. De certo modo é a determinação de um campo com pressupostos estabelecidos na organização social e consequentemente promotor dos usos da imagem, que retira a esta a sua mirífica especi­ficidade visual tão procurada pelo modernismo. A fotografia, conside­rada pelo senso comum como transparência dada a priori dessa vi­sualidade (estatuto  puramente denotativo, se quisermos utilizar  o termo estruturalista), revelou-se paradoxalmente um lugar preferencial de rebatimento dessa mesma opacidade simbólica, que determina os valores e o código da própria imagem. De certa forma era o que Roland Barthes no seu ensaio A Mensagem Fotográfica afirmava já:

"O paradoxo fotográfico será então a coexistência de duas mensagens, uma sem código (o aspecto analógico da fotografia), e outra codificada (que seria a "arte'', ou o tratamento, ou a "escrita", ou a retórica da fotografia); estruturalmente o paradoxo não é evidentemente o conluio de uma mensagem denotada com uma mensagem conotada - esse é provavelmente o estatuto fatal de todas as comunicações de massas - mas o facto da mensagem conotada (ou codificada) se desenvolver neste caso a partir de uma mensagem sem código. O paradoxo estrutural coincide com um paradoxo ético: quando se pretende ser “neutro, “objectivo” (...) como pode a fotografia ser "objectiva" e “investida" natural e culturalmente? É apreendendo o modo de imbricação da mensagem denotada e da mensagem conotada que talvez um dia se possa responder a esta questão."'

E de facto muitos artistas, sobretudo a partir da década de 1970, começaram a interrogar o estatuto da imagem fotográfica como um vestígio privilegiado para desenvolver um trabalho crítico sobre esse campo de pressões que organiza o código e lhe confere um valor ideológico aparentemente não declarado. Um trabalho de desconstrução destes procedimentos foi posto em marcha através de múltiplos procedimentos que possibilitaram isolar as unidades significantes ou os valores representados de forma a revelar como essa imbricação se processa e que mecanismos da ordem simbólica actuam.
O trabalho de Rosângela Rennó inscreve-se nesta prática de uma forma absolutamente singular, levando-a a novas considerações jamais abordadas e de vasto alcance nas determinações da própria imagem.

Pedro Lapa 
Director do Museu do Chiado

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