Sala Polivalente

entrada: 0.00€

“Abençoadas máquinas que nos permitem ver”

Eunice Gonçalves Duarte

2013-05-30
Curadoria: Emília tavares e paula roush

«Estou rodeada de imagens; imagens de mim, mediadas pela tecnologia, permitidas por máquinas, e a elas pertence um código ao qual não tenho acesso – falta-me o conhecimento específico para as conseguir interpretar. O que fazer com elas? Podem contar a minha estória? Ou a vossa estória? Talvez deva antes perguntar: será possível performatizá-las? Partindo das imagens médicas que estão presentes na vida quotidiana, a performance explora o
lugar das máquinas na construção da memória individual, da identidade e das estórias íntimas. Desta forma, recorrendo igualmente à tecnologia de uso quotidiano (webcams, laptops, telemóveis), pretendo criar um álbum
fotográfico da anatomia de um corpo desorganizado. Eis a minha proposta: Partilhar estórias! Explorar os procedimentos médicos como rituais populares, revelando o quanto estão inseridos na vida quotidiana.»

Eunice Gonçalves


Estórias a apresentar
«o namorado (im)perfeito»; «com os olhos na lua»; «o meu nome»; «saber como crer»; «a estória do bebé que não nasceu»
Excerto de «o namorado (im) perfeito»
Eu apaixonei-me – o que supostamente é bom (principalmente quando somos correspondidos). No entanto, mal eu sabia o que estava diante dos meus olhos: uma lesão no dedo do pé esquerdo, o tornozelo espatifado devido a uma queda de bicicleta. A rótula do joelho, de vez em quando, salta para o lado. Exactamente na altura em que nos conhecemos, iniciou-se com uma dor no
fémur, que ainda hoje o acompanha. Para além das dores na zona lombar, omoplatas, pescoço... Como é que eu o posso amar?
Como posso amar um corpo tão imperfeito?»


Biografia
Eunice Gonçalves Duarte é criadora independente e performer O seu trabalho artístico cruza as artes performativas com a linguagem dos meios tecnológicos digitais, desenvolvendo um método low tech para a criação da performance. Tem apresentado o seu trabalho em alguns países Europeus, tais como: Finlândia, Grécia, Irlanda, Inglaterra, Alemanha, Suíça e Turquia. Mais
recentemente, foi a responsável artística da performance digital “A História é Clandestina” e fez parte do projecto artístico "How artists collaborate online", criado por Matt Ball para o National Theatre Wales. Até ao final de 2013, encontra-se a desenvolver o projecto “InsideOut”.

 

Curadoria:

Emília Tavares e paula roush

Mecenato e Comunicação:

Rita Sá Marques

Apoio Técnico:

António Chaparreiro

Agradecimentos:

Eunice Gonçalves Duarte, Teatro de São Luís (Sónia Rosa e Aida Tavares)