Mondo Cane I

, 1963

Joaquim Rodrigo

Têmpera sobre tela colada em platex

81 × 116 cm
assinado e datado
Inv. 2055
Historial
Adquirido pelo Estado em 1976.

Exposições
Queluz, 1989, 144; Lisboa, 1999, 230, cor; Lisboa, 2002; Lisboa, 2007; Lisboa 2011; Tomar, 2011.

Bibliografia
RODRIGO, 1982, s.p., p.b.; FRANÇA, 1988, 27; GONÇALVES, 1990, 1 e 5-7; Anos 60: Anos de ruptura…, 1994; LAPA (et. al.), 1999, 230, cor; LAPA, 2000, 90, cor.
Mondo Cane I dá continuidade a S. M.. Retoma as cores primárias (vermelho, azul e amarelo), que pareciam definitivamente arredadas da sua pintura. Estas convivem aqui com uma figuracção esquemática que se aproxima das figuras geométricas elementares, através de curvas e retas bem definidas por ângulos e semicírculos, mas o seu grafismo acidentado confere-lhes individualidade. Nestas pinturas regista-se uma densificacção de elementos que preenchem a totalidade da superfície e organizam a composição, tendencialmente simétrica, em torno de um motivo central, que se aloja, destacado, num centro emoldurado. Aí duas mulheres são pesadas numa competição cruel destinada ao casamento com o chefe de uma tribo africana. A bomba atómica e muitas outras crueldades são inscritas em torno daquele motivo central e fazendo sempre referência ao filme homónimo de M. Giacometti, que serve aqui de metáfora para o panorama político do próprio mundo à escala global.

Pedro Lapa