Francisco Franco
Funchal , 1885 – Lisboa , 1955
Francisco Franco forma-se na Escola de Belas-Artes de Lisboa entre 1902 e 1909, ano em que parte para Paris no intuito de completar a sua formação académica. Nessa cidade contacta com as obras de Rodin e Bourdelle e integra o grupo dos Cinco Independentes, juntamente com Dordio Gomes, Alfredo Miguéis, Diogo de Macedo e Henrique Franco, seu irmão. Em 1914 regressa à sua ilha natal, devido ao início da Primeira Guerra Mundial. Neste período realiza vários bustos e monumentos, obras marcadas pela transição de um gosto naturalista para uma estética que revela um interesse pela valorização da componente arquitectónica da escultura e dos seus valores formais. Retorna a Paris em 1921, após breve passagem por Roma, onde se dedicou ao desenho e à gravura. Na capital francesa expõe no Salon d’Automne e na Société Nationale. São desta época obras como Rapariga francesa, Polaca, Torso de mulher ou o Busto do pintor Manuel Jardim. Em 1923 participa na exposição 5 Independentes e entre 1925 e 1927 expõe em Nova Iorque, no Rio de Janeiro e em Boston. No ano seguinte inicia a construção da grande estátua de Gonçalves Zarco, inaugurada no Funchal em 1930. Esta obra marca o início da sua carreira pública como escultor, passando a ser um dos artistas mais solicitados para a realização de estatuária do Estado Novo. A sua obra monumental – na qual se destacam a estátua do Infante D. Henrique (1931), o Apostolado da Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Lisboa (1935) e numerosas estátuas régias, como a de D. João IV (1943) – caracteriza-se por uma forte iconicidade e pela construção hierática das figuras, salientando o seu carácter majestático e heróico. Francisco Franco sofreu, nos últimos anos de vida, um desastre de viação que lhe fragilizou a saúde, vindo a falecer antes de assistir à inauguração da sua derradeira obra, o Cristo-Rei, que viria a ser inaugurado em Almada em 1959.
Joana Baião
Joana Baião