Eu e os outros é uma metáfora alusiva à forma singular como Alberto Caetano se relaciona com os artistas, em cumplicidades estéticas e afetivas.
Colecionador apaixonado desde jovem adolescente, este arquiteto lisboeta selecionou um conjunto de obras da sua coleção para dialogarem entre si e com cada um dos visitantes. Jogos de luz e de sombra, de conversas e de sonhos: o claro-escuro simbólico na pintura de interior de António Carneiro em confronto com a escultura alegórica de Pedro Cabrita Reis; o autorretrato de Jorge Molder em fala com a pintura de Albuquerque Mendes; a escultura circular de Rui Chafes em interação com a cor de Ilda David; a poética da linha e da luz de Dan Flavin em diálogo com a pintura de Jorge Martins; a figura popular de Rosa Ramalho em deslocação para a pintura sígnica de Joaquim Rodrigo. Em Eu e os outros. Coleção Alberto Caetano oferecem-se fragmentos de uma coleção em indagação multiplicada que não obedece a cronologias nem a movimentos estéticos, antes tira partido das afinidades artísticas, temáticas e dos confrontos formais que as próprias obras sugerem.
Primeira exposição dos Amigos do Museu, ela é uma homenagem a todos os colecionadores que aceitam o desafio da partilha.