Piso 2 - Sala Dos Fornos

entrada: Condições Gerais

Arte Portuguesa do Século XX (1960 - 2010)

Colecção do MNAC

2012-02-09
2012-06-17

Arte Portuguesa do século XX (1960-2010) completa o ciclo de três exposições da colecção do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, iniciado em Abril de 2011, para comemorar os 100 anos de existência desta instituição.

Ao percorrer o último meio século da história da arte portuguesa, esta exposição revela também, necessariamente, as vicissitudes de funcionamento do próprio Museu, alternando momentos de proximidade e de alheamento relativamente ao pensamento e à construção estética da contemporaneidade.

Se, durante a direcção de Diogo de Macedo (1944-59), o MNAC conseguira manter algum dinamismo, a nomeação política de Eduardo Malta como director (1959-67) irá condenar o museu a um período de retrocesso cultural, decadência e isolamento, que terá um caricatural epílogo quando a sua mulher, Dulce Malta, assume interinamente o lugar (1967-70).

Embora a direcção de Maria de Lourdes Bártholo (1970-87) tenha sido mais favorável à abertura do acervo a propostas contemporâneas, incorporando algumas obras de artistas de referência (como Jorge Vieira e Paula Rego), o MNAC continua a não conseguir acompanhar as dinâmicas culturais desencadeadas com a Revolução de 1974, assistindo-se a uma progressiva degradação das instalações, que obrigaria ao seu encerramento em 1987.

Entre 1988 e 1994, o MNAC passa por um processo de reorganização global, segundo projecto do arquitecto francês Jean–Michel Wilmotte, reabrindo ao público sob a direcção de Raquel Henriques da Silva (1988-98), com a designação de Museu do Chiado. Inaugura-se, então, um processo de renovação programática do museu, conciliando o estudo e a divulgação do acervo com a produção regular de exposições temporárias e de qualificadas publicações, com um enquadramento internacional que será ampliado durante a direcção de Pedro Lapa (1998-2009). Paralelamente, a colecção conhece uma actualização sem precedentes, passando a abranger a segunda metade do século XX e a incluir novas tipologias artísticas, como a fotografia e o vídeo.

Perante a descontinuidade do investimento público em aquisições para a colecção do MNAC, as doações e depósitos de artistas, instituições e coleccionadores particulares assumiram um papel fundamental, na medida em que permitiram enriquecer núcleos mais recentes da colecção, com a integração de artistas incontornáveis no panorama da arte portuguesa da actualidade.

Ao longo de quase duas décadas de intensa actividade e actualização, o MNAC – Museu do Chiado continua a debater-se com os principais constrangimentos identificados desde a sua fundação, em 1911: a insuficiência de espaço e de recursos materiais para continuar a conservar, expor e ampliar a mais abrangente colecção de arte portuguesa moderna e contemporânea.

Helena Barranha