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Arte Portuguesa do Século XX (1960 - 2010)

Colecção do MNAC

2012-02-09
2012-06-17
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EXÍLIO E REVOLUÇÃO: 1960-1979

EXÍLIO E REVOLUÇÃO: 1960-1979

Entre as décadas de 60 e 70 a sociedade portuguesa vive transformações profundas, e os ecos internacionais que revolucionaram o paradigma do mundo moderno chegariam a Portugal com a Revolução de Abril de 1974. Na década de 60 assistimos ao exílio, e simultaneamente ao contacto com as vanguardas; a década de 70 é o momento da celebração da arte enquanto multi-experimentação. A abertura internacional induz um conjunto de rupturas e uma pluralidade de propostas na arte portuguesa, enquanto as continuidades se reconfiguram. O panorama é vasto, desde as influências da Pop Art e a sua dimensão crítica (Sá Nogueira ou António Areal), do Expressionismo Abstracto (Álvaro Lapa), da Abstracção Cromática (Fernando Calhau, Ângelo de Sousa), da Op Art (Eduardo Nery) e das experiências perceptivas (Noronha da Costa) ou da Nova Figuração, protagonizada por Joaquim Rodrigo e Paula Rego. Radicaliza-se o conceito do objecto artístico, através da desconstrução da  pintura enquanto género e superfície, objectualizando-a (Helena Almeida), na dialéctica suporte/superfície (Pires Vieira) ou pela amplitude sistémica do Abstraccionismo Geométrico (Jorge Pinheiro). Outras propostas são a interdisciplinaridade, entre arte e técnica (René Bértholo), a integração de materiais do quotidiano e industriais (Lourdes Castro), o Gestualismo e o Letrismo (Ana Hatherly, Salette Tavares, João Vieira, António Sena) ou ainda a dimensão expandida da pintura (Helena Almeida) e da escultura (Alberto Carneiro). Ocorre também, neste período, uma total redefinição do estatuto do artista e do espectador, promovendo a sua interacção, com a recusa de qualquer noção contemplativa, bem como a assimilação do banal pelo discurso artístico, dessacralizando-o e promovendo uma aliança efectiva entre a vida e a arte.(Emília Tavares)

Lista de peças

Joaquim Rodrigo (1912-1997)
S. M.
1961
Têmpera sobre platex
Col. SEC, em depósito no MNAC- Museu do Chiado

Paula Rego (1935)
Self-Portrait in red
1962
Óleo, lápis cera, e colagem de papel sobre tela
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2009

António Areal (1934-1978)
O Coleccionador de Belas Artes – O Coleccionador do 8º dia
1970
Óleo e esmalte sobre platex
Col. SEC, em depósito no MNAC- Museu do Chiado

Luís Noronha da Costa (1942)
Deus morreu: Morte ao rei
1975
Acrílico sobre tela
Col. SEC, em depósito no MNAC- Museu do Chiado

Eduardo Nery (1938)
Modulação luminosa
1967
Acrílico e esmalte sobre platex
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2890

Lourdes Castro (1930)

Sombra projectada de René Bertholo
1964
Acrílico sobre tela
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2414

Lourdes Castro (1930)
Sombra projectada Bolsas e laranjas
1965
Plexiglass e tinta glyceroftálica
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2549

Lourdes Castro (1930)
Sombra deitada
1970
Lençol bordado à mão
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2552
Doado pela artista


Lourdes Castro (1930)
Comedor
1961
Colagem de objectos sobre alumínio
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2251

José Escada  (1934-1981)
Dans la plage
(1968)
Plástico recortado em relevo
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2574

René Bértholo (1935-2005)
O Sol e a Lua
1967
Metal pintado e motor
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2572

Helena Almeida (1934)
Sem título
1969
Acrílico sobre tela, madeira pintada e fios de plástico
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2605

António Sena (1941)
Sem título
1965
Óleo, lápis de cera, tinta da china e aguada sobre tela
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 1930

João Vieira (1934)
Sem título
1972
Acrílico sobre tela
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 1994

Ana Hatherly (1929)
Sem titulo
1) 1970; 2) 1971; 3) 1971; 4) 1971
Tinta da china sobre papel
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2870, 2871, 2872, 2873
Doado pela artista

Salette Tavares (1922-1994)
Quel Air Claire
1973
Impressão tipográfica sobre papel
Col. Ar.Co, em depósito no MNAC-MC

Salette Tavares (1922-1994)
Aranha
n/d.
Impressão tipográfica sobre papel
Col. Ar.Co, em depósito no MNAC-MC

Álvaro Lapa (1939)
Sem título
c. 1971-1972
Óleo e colagem sobre platex
Col. SEC, em depósito no MNAC- Museu do Chiado

Helena Almeida (1934)
Pintura habitada
1974
6 provas gelatina sal de prata e acrílico
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2597

Pires Vieira (1950)
Sem título
1973-1974
Estopa de linho e corda
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2562
Doado pelo artista

Pires Vieira (1950)
Superfície-1
1969-2000
Esmalte celuloso sobre madeira
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2559
Doado por Ana Cristina Guerra

Jorge Pinheiro (1931)
Sem título
1969
Acrílico sobre tela colada sobre aglomerado de madeira
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2548

Ângelo de Sousa (1958-2011)
Sem título
1972
Óleo sobre tela de serapilheira
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2861

Ângelo de Sousa (1958-2011)
Sem título
1965
Alumínio pintado

Sem título
1965
Alumínio pintado
Col. Ar.Co, em depósito no MNAC-MC

Fernando Calhau (1948-2002)
Pintura
1972
Acrílico sobre tela
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv.1955


Alberto Carneiro (1936)
Uma linha para os teus sentimentos estéticos
1970-1971
Texto impresso, alfinetes e corda
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2585

 

RETORNOS E NOVAS EXPECTATIVAS 1980- 1999

Às rupturas ocorridas nas duas décadas anteriores, sucede-se, nos anos 80, uma dialéctica entre o subjectivo e o real e um retorno às tipologias da pintura (Neo-Abstraccionismos e Expressionismos) e da escultura (Neo-Objectualismos). Na década de 90, adensam-se a clivagem e o confronto entre as linguagens neo-modernistas e as práticas artísticas de provocação e revolta. Estas duas décadas caracterizam-se também pela internacionalização dos artistas portugueses (Bienais de Veneza, São Paulo, Documenta de Kassel) e pela expansão do mercado da arte. Assiste-se a um retorno à pintura, sob a forma do Neo-Expressionismo de contornos Situacionistas com a obra dos Homeostéticos (Pedro Proença), a Bad Painting (Julião Sarmento) ou o Neo-expressionismo abstracto (João Jacinto). Na escultura, desenvolvem-se as dicotomias entre matéria e metafísica, forma e percepção (Pedro Cabrita Reis, Rui Sanches, José Pedro Croft, Rui Serra). A fotografia será objecto duma profunda renovação e incremento, na reinvenção dos seus géneros tradicionais (Paulo Nozolino, Jorge Molder) ou na sua transgressão formal (Júlia Ventura). No decorrer da década de 90, ocorre a derisão e fusão dos géneros através de tipologias como o desenho (Jorge Queiroz, João Queiroz), a introdução da escultura como modelo operante crítico (Ângela Ferreira, Miguel Palma), a ruptura da fotografia com a tradição dos modelos de representação formais (João Tabarra, Augusto Alves da Silva) ou a utilização do vídeo para a instauração de novas narrativas (João Penalva).(Emília Tavares)

Jorge Martins (1940)
Contínuo descontínuo
1980
Acrílico sobre tela
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2265

Julião Sarmento (1948)
Kainis
1982
Acrílico sobre papel
Col. Ar.Co, em depósito no MNAC-MC

Pedro Proença (1962)
Ásia
1986
Esmalte acrílico sobre tela
Col. do artista em depósito no MNAC-MC

João Jacinto (1966)
Sem titulo
1990
Pigmento, areias e cinzas sobre tela /
Col. Isabel Vaz Lopes, em depósito no MNAC-MC

Pedro Casqueiro (1959)
Sem titulo
1995
Acrílico e bordado sobre tela
Col. Isabel Vaz Lopes, em depósito no MNAC-MC

Pedro Calapez (1953)
Teodora
1993
Grafite sobre papel
Col. Isabel Vaz Lopes, em depósito no MNAC-MC

Jorge Queiroz (1972)
Sem título
1994
Grafite sobre papel

Sem título
1995
Grafite sobre papel
Col. Ar.Co, em depósito no MNAC-MC

João Queiroz (1957)
Desenho sobre linha
1992
Lápis e aguarela sobre papel

Sem título
1994
Aguarela sobre papel
Col. Ar.Co, em depósito no MNAC-MC

Rui Chafes (1966)
Peso
1994
Ferro pintado
Col. Ar.Co, em depósito no MNAC-MC

Pedro Cabrita Reis (1956)
H.Suite III
1992
Contraplacado de madeira, vidro, gesso e lençóis de algodão
Col. Isabel Vaz Lopes, em depósito no MNAC-MC

José Pedro Croft (1957)
Sem título
1995
Mármore e madeira
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2862
Doado pelos Amigos do MNAC-MC

Ana Jotta (1946)
Meditations on a Hobby Horse
1995
Amostras de tecido, pano de lençol e argolas
Col. Ar.Co, em depósito no MNAC-MC

Rui Sanches (1954)
Sem título
1999
Contraplacado de tola
Col. Isabel Vaz Lopes, em depósito no MNAC-MC

Miguel Palma (1964)
Mil contos dentro de um cofre
1994
Cofre em aço e mil contos
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2578

Júlia Ventura (1952)
Geometrical reconstructions and figure with roses
1987
2 provas por destruição selectiva de corantes (Cibachrome) e plexiglas
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2815, 2816
Doado por Manuel dos Santos

Jorge Molder (1947)
Da série T.V.
1995
Provas positivas a preto e branco gelatina sal de prata
Col. Isabel Vaz Lopes, em depósito no MNAC-MC

Paulo Nozolino (1955)
Suspiros de Chumbo. Veneza
1996
Prova positiva a preto e branco gelatina sal de prata
Col. Isabel Vaz Lopes, em depósito no MNAC-MC

Ângela Ferreira (1958)
Casa Maputo – um retrato íntimo
1999
mini- Dv, cor, 1’ loop, mini- DV, preto e branco, 1’’ loop
Grelhas metálicas segundo as projecções Gnómica e de Robinson revestidas de ecrãs para projecção vídeo
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2558

DE VOLTA AO FUTURO 2000-2010

A arte portuguesa entrou no novo milénio numa situação ímpar de vitalidade e pluralidade, surgindo plenamente integrada no mapa globalizante e alternativo que caracteriza a contemporaneidade. Reiterada a emancipação quanto aos media e às suas contaminações, a arte da última década privilegiou as transferências entre áreas de conhecimento, utilizando primordialmente a instalação, o vídeo, o filme, a fotografia e as plataformas internéticas. O questionamento da tradição representativa nos domínios do género ou da sexualidade, já presente no final da década de 70 (Julião Sarmento) é reformulado na obra de João Pedro Vale, Vasco Araújo, Ana Pérez-Quiroga e Gabriel Abrantes. O carácter ilusório/ transitório e manipulado de representação da realidade ganha novos postulados no trabalho fotográfico de Edgar Martins ou de Nuno Cera, assim como a natureza plástica material da fotografia (José Luís Neto). O vídeo afirma-se como veículo de incorporação da cultura de massas/tecnológica/individual no discurso artístico: na sua complexidade conceptual (Alexandre Estrela), na transitoriedade dos significados (João Onofre), na reinvenção da ideia de simulacro (João Maria Gusmão e Pedro Paiva) ou como espaço de confrontos e testemunha dialéctica (Filipa César). (Emília Tavares)

Ana Pérez-Quiroga (1960)
Odeio ser gorda, come-me por favor #2
2002
Impressão digital sobre 35 travessas de porcelana, tecido adamascado vermelho
Col. Isabel Vaz Lopes, em depósito no MNAC-MC

Gabriel Abrantes (1984)
Olympia I
2006
Filme 16mm transferido para vídeo HD, cor, som, 3’40’’
Olympia II
2006
Filme 16mm transferido para vídeo HD, cor, som, 5’15’’
Col. António Cachola, em depósito no MNAC-MC

João Pedro Vale (1976)
We all feel better in the dark
2000
Mini-trampolim de textil sintético bordado a lantejoulas
Col. Isabel Vaz Lopes, em depósito no MNAC-MC

José Luís Neto (1966)
Ar. Co
1986
Prova a cores gelatina sal de prata em papel de revelação
Col. Ar.Co, em depósito no MNAC-MC

José Luís Neto (1966)
High Speed Press Plate #9
2006
Prova de impressão digital a jacto de tinta s/ papel de algodão
Col. Ar.Co, em depósito no MNAC-MC

Augusto Alves da Silva (1963)
Da série Shelter
1999
4 provas por destruição selectiva de corantes (Ilfochrome)
Col. Isabel Vaz Lopes, em depósito no MNAC-MC

João Tabarra (1966)
True Lies and Álibis-Marche solitaire
1999
Prova positiva a cores gelatina sal de prata
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2419
Doado pelo Banco Português de Negócios

Nuno Cera (1972)
Sem Título #1; #2; #3; #4; #5; #6; #7 (Da Série DK)
2002
Provas cromogéneas de ampliação digital (Processo Lightjet Lambda)
Col. António Cachola, em depósito no MNAC-MC

Edgar Martins (1977)
Sem Título (Da série The Accidental Theorist)
2006
4 provas por revelação cromogénea
Col. António Cachola, em depósito no MNAC-MC

COL. DE VÍDEO – CALENDÁRIO DE SESSÕES

9 a 19 de Fevereiro

João Onofre (1976)

Casting
2000
Vídeo, cor, som, 12’59’’
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2583


21 de Fevereiro a 4 de Março

Vasco Araújo (1975)

Far de Donna
2005
Vídeo, cor, som, 10’45’’
Col. António Cachola, em depósito no MNAC-MC


6 a 18 de Março

Alexandre Estrela (1971)

Stargate
2002
Projecção vídeo, mono canal, DVD NTSC, 3’50’’
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2959
 

20 de Março a 1 de Abril

Rui Toscano (1970)

T de Tornado
2007
Vídeo, cor, s/ som, 2’02’’
Col. António Cachola, em depósito no MNAC-MC

 
3 a 15 de Abril

Rui Toscano (1970)

T de Tornado
2007
Vídeo, cor, s/ som, 2’02’’
Col. António Cachola, em depósito no MNAC-MC

 
17 de Abril a 29 de Abril

João Tabarra (1966)

O encantador de serpentes
2007
Vídeo HD, cor, s/som, 5’10’’
Col. António Cachola, em depósito no MNAC-MC


1 a 13 de Maio

João Maria Gusmão (1979) e Pedro Paiva (1977)

Como desviar o eixo da terra
2005
Filme 16mm, cor, s/som, 2’
MNAC-Museu do Chiado, inv. 2611

 
15 a 27 de Maio

Daniel Barroca (1976) 
Saurau
2003
Vídeo, p/b, som, 50'
Col. António Cachola em depósito no MNAC-MC


29 a 17 de Junho

João Penalva (1949)

336 PEK (336 rios)
1998
Vídeo, cor, som, 59’ 37’’
Col. MNAC-Museu do Chiado, inv. 2576