No cemitério
, 1890
José Veloso Salgado
Óleo sobre tela
146 × 116 cm
146 × 116 cm
assinado e datado
Inv. 33
Historial
Prova de pensionista no estrangeiro. Integrado no MNAC em 1911.
Exposições
Paris, 1890; Lisboa, 1891, 132; Lisboa, 1913, 33; Lisboa, 1939, 11; Luanda, Lourenço Marques, 1948, 47; Lisboa, 1951; Lisboa, 1951, 4; Lisboa, 1999, 60, cor; Lisboa, 2005.
Bibliografia
O Occidente, 1891, 78; ALMEIDA, 1924; BRAGANÇA, C. 1936, 11; Lisboa, 1939; MACEDO, 1954; MATIAS, 1986, 108; COSTA, 1990; SANTOS e TAVARES, 1999, 122, cor.
No Cemitério foi apresentado no Salon parisiense de 1890 que, pela primeira vez, franqueou as suas portas a Veloso Salgado. Esta pintura traduz uma atmosfera melancólica e carregada de símbolos, numa alegoria da transitoriedade da vida. Nela, acentua-se a atmosfera de solidão e abandono na figura triste da rapariga, ajoelhada perto da campa onde depositou um ramo de flores, numa atitude resignada da qual a presença desalentada dos epitáfios e as tonalidades frias da paisagem parecem comungar. Contudo, destacam-se simbolicamente a aparente gravidez da figura e o crescente lunar, que se recorta no céu, como símbolos da vida que se renova, prossegue e perpetua.
“Obra única na pintura portuguesa da época”, como registode “uma Bretanha profunda, imagem do exílio e da solidão (...) à margem da pintura académica” e “longe do anedótico de Sousa Pinto”, esta pintura “é sem precedentes no quadro da descoberta de um país reencontrado, através da própria evolução do naturalismo na pintura portuguesa, na procura de uma redefinição por uma via romântica que conduzirá mais tarde ao simbolismo” (COSTA, 1988, 163 – 164).
Rui Afonso Santos
“Obra única na pintura portuguesa da época”, como registode “uma Bretanha profunda, imagem do exílio e da solidão (...) à margem da pintura académica” e “longe do anedótico de Sousa Pinto”, esta pintura “é sem precedentes no quadro da descoberta de um país reencontrado, através da própria evolução do naturalismo na pintura portuguesa, na procura de uma redefinição por uma via romântica que conduzirá mais tarde ao simbolismo” (COSTA, 1988, 163 – 164).
Rui Afonso Santos