Sem título
, 1970/71-2000
Pires Vieira
Esmalte acrílico sobre madeira
120 × 260 × 330 cm
120 × 260 × 330 cm
assinado e datado
Inv. 2835
Historial
Doação do artista em 2011.
Exposições
Lisboa, 1971 (Galeria de Arte Moderna, SNBA, Lisboa, 1971); Lisboa, 2014, p. 59
Bibliografia
GINGA, 2014, p. 59 cor.
Doação do artista em 2011.
Exposições
Lisboa, 1971 (Galeria de Arte Moderna, SNBA, Lisboa, 1971); Lisboa, 2014, p. 59
Bibliografia
GINGA, 2014, p. 59 cor.
Esta obra de desconstrução da pintura, criada em 1970-71 (que acabou destruída e foi mais tarde recriada em 2000), teve apresentação na SNBA, em 1971, quando ainda residia em Paris. Trata-se de um exemplo relevante da dicotomia paradoxal que trabalha a metamorfose da pintura bidimensional em objecto que se corporiza no espaço, a par do processo inverso de desmaterialização. Está patente, uma vez mais, a adopção de uma linguagem típica dos artistas do minimalismo americano e espacialismo italiano de Lucio Fontana, no uso de formas geométricas, simples e puras, de materiais industriais e na aplicação de cores uniformes e brilhantes, em articulação com a preocupação da espacialidade da pintura. A peça é composta por 5 elementos rectangulares em madeira, pintados em esmalte acrílico brilhante que lhes confere a imagem de painéis industriais. Os elementos apresentam áreas iguais e volumes diferentes, articulados em sequência, com espaço entre eles, começando pelo de maior volume, na parede, até terminar com a total ausência de volume criada por uma fita adesiva que delimita a área do módulo no chão.
Neste processo gradual de desmaterialização, a pintura pode ser vista como um todo
repartido, que se destaca na parede como objecto e vai gradualmente perdendo volume,
até se fundir com o chão e ganhar, assim, nova superfície. O domínio do espaço e a sua
apropriação desconstroem a pintura nos seus parâmetros convencionais, dão-lhe nova amplitude na definição da categoria ao convertê-la em pintura-objecto-escultura-instalação.
Adelaide Ginga
Neste processo gradual de desmaterialização, a pintura pode ser vista como um todo
repartido, que se destaca na parede como objecto e vai gradualmente perdendo volume,
até se fundir com o chão e ganhar, assim, nova superfície. O domínio do espaço e a sua
apropriação desconstroem a pintura nos seus parâmetros convencionais, dão-lhe nova amplitude na definição da categoria ao convertê-la em pintura-objecto-escultura-instalação.
Adelaide Ginga