Le moulin rouge (noite)

, c. 1910

Adriano Sousa Lopes

Óleo sobre madeira

27 × 35 cm
assinado
Inv. 1266 (67)
Historial
Doação da família do artista ao Estado. Depositado pela Direcção-Geral da Fazenda Pública, em 1946, e seleccionado por Diogo de Macedo para integrar a colecção do MNAC.

Exposições
Lisboa, 1917, 138; Lisboa, 1962, 44; Lisboa, 2006.

Bibliografia
SILVEIRA, 1994, 113, cor.
Numa paisagem citadina destaca-se o Moulin Rouge, muito representado na época pelos artistas, como símbolo de uma boémia parisiense. Numa atmosfera nocturna, que o colorista habilmente trabalha, representam-se sensações daquela zona da cidade planificando a sua estrutura e marcando pontualmente a movimentação humana. Executada nos primeiros anos de novecentos, altura em que se estabelece em Paris como pensionista, revela uma clara influência de Claude Monet. A indefinição dos contornos ou o ecrã mediático entre o espectador e o motivo reflectem um tratamento com referências impressionistas. Numa tonalidade dominante de castanhos escuros surgem pequenas bolas vermelhas que orlam o moinho, manifestação de um gosto próprio pela valorização cromática de elementos da composição. O chão, entendido através de uma vaga e fina poeira de um amarelo terroso, aproxima-se da peça anteriormente analisada, Num jardim de Paris.

Maria Aires Silveira