Lourdes Castro
Funchal , 1930 – Funchal , 2022
Expõe individualmente pela primeira vez no Funchal em 1955 e no ano seguinte termina a licenciatura em Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Em 1957 parte para Munique, fixando-se depois em Paris, com René Bertholo, com quem funda o grupo e a revista KWY (1958-1963). Entre 1972 e 1979 é artista residente na Deutscher Akademischer Austauschdienst (Berlim). Nesse período produz, primeiro com Bertholo e depois com Manuel Zimbro, um Teatro de Sombras. A sua obra inicial é marcada pelo abandono dos suportes e disciplinas mais tradicionais e caracteriza-se pelas assemblages de referências neo-dadaístas, em que vários objectos do quotidiano são manipulados e imbuídos de novas significações formais. A busca pela compreensão da forma leva Lourdes Castro a desenvolver, a partir da década de 1960, uma intensa e prolongada pesquisa sobre perfis e sombras, enquanto elementos processuais da desmaterialização e redefinição do objecto. Explora então a projeção e a fixação dos perfis e das sombras em materiais diversos (lençóis, plexiglas, acrílico, papel), tirando partido dos jogos de opacidade e transparência e da enfatização da bidimensionalidade ou tridimensionalidade dos suportes. Regressada definitivamente ao Funchal em 1983, viria a ser distinguida com a Medalha do Concelho Regional de Montrouge (1995) e com os prémios CELPA – Vieira da Silva (2004), Grande Prémio EDP (2000) e AICA (2010). Em 2010 o seu trabalho foi exposto, juntamente com a obra de Manuel Zimbro, na importante retrospectiva “À luz da sombra”, que teve lugar no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto.
Joana Baião
Joana Baião