António Soares
Lisboa , 1894 – Lisboa , 1978
As inquietações modernistas de Soares surgem cedo e já em 1913 o vemos expor no 2.º Salão dos Humoristas e, a partir daí, participar activamente na promoção e organização das actividades públicas do grupo, iniciando uma trajectória pública intensa de exposições individuais e colectivas, assim como de representações internacionais, onde fora premiado inúmeras vezes: prémios Columbano (1935 e 1949), Grande Prémio na Exposição de Artes e Técnicas de Paris (1937), Medalha de Honra na Feira Internacional de Nova Iorque (1939), entre outros. A sua actividade artística caracteriza-se por uma enorme diversidade, transitando do desenho, em jornais e revistas, à ilustração ou à decoração de interiores de teatro e cinema até à pintura. O desenho, nas mais variadas vertentes, foi a via de actualização dos seus preceitos plásticos que logo se estenderiam à pintura, ocupando um importante papel como precursor do Modernismo nacional através de uma obra que regista a mundanidade lisboeta, entre uma elegância e sensualidade de gosto fin-de-siècle, um grafismo de grande habilidade e leveza e uma paleta intensa. Assim se mostrou nas obras que realizou para a decoração do café A Brasileira e do Bristol Club, numa expressão que se iria abrandando progressivamente, mas mantendo sempre a elegância e a matriz gráfica como suporte.
Maria Jesús Ávila
Maria Jesús Ávila