Retrato da irmã do artista
, 1936
António Soares
Óleo sobre tela
100 × 74 cm
100 × 74 cm
assinado e datado
Inv. 847
Historial
Adquirido pelo Estado em 1936.
Exposições
Lisboa, 1936, 9; Lisboa, 1980; Lisboa, 2002; Lisboa, 2006; Lisboa, 2009.
Bibliografia
Catálogo da 2.ª Exposição de Arte Moderna do SPN, 1936, 9; Um Século de Pintura e Escultura em Portugal (1830-1930), 1943, 353; MACEDO, 1946, 388-389, p.b.; Algumas Obras do Museu Nacional de Arte Contemporânea, 1956, s.n.º, p.b.; Um Século de Pintura e Escultura Portuguesas, 1965, T, cor; FRANÇA, 1974, 156, p.b.; Museu do Chiado: Arte Portuguesa (1850-1950), 1994, 130, cor; HENRIQUES, 1997, 158.
Adquirido pelo Estado em 1936.
Exposições
Lisboa, 1936, 9; Lisboa, 1980; Lisboa, 2002; Lisboa, 2006; Lisboa, 2009.
Bibliografia
Catálogo da 2.ª Exposição de Arte Moderna do SPN, 1936, 9; Um Século de Pintura e Escultura em Portugal (1830-1930), 1943, 353; MACEDO, 1946, 388-389, p.b.; Algumas Obras do Museu Nacional de Arte Contemporânea, 1956, s.n.º, p.b.; Um Século de Pintura e Escultura Portuguesas, 1965, T, cor; FRANÇA, 1974, 156, p.b.; Museu do Chiado: Arte Portuguesa (1850-1950), 1994, 130, cor; HENRIQUES, 1997, 158.
A década de 30 conheceu um generalizado refluxo das atitudes mais experimentais das antecedentes e é um facto evidente que António Soares não foi nunca um artista empenhado nas vanguardas, por uma questão de sensibilidade oficinal e entendimento mundano, antes aceitando o Modernismo como manifestação de moda que um hábil pincel integrou superficialmente. Neste delicado retrato da irmã a figura destaca-se e contrasta com o fundo claro e abstractizante, quer pelo azul-escuro do vestuário quer pelo acabamento pormenorizado. O volume ligeiro da figura cede à planificação que realça a silhueta recortada de modo extremamente elegante. O próprio porte, com o rosto voltado para a direita, as mãos finas pousando uma sobre a outra e inclinadas para o lado contrário, de modo a contrabalançar o movimento. A carnação do rosto apresenta delicados tons de ocres e salmão, em que se desenham as finas feições que suscitam uma memória de Boldini. No entanto, a distribuição da pincelada criando através das tonalidades do vestuário alguns planos mais geometricamente definidos, como também é o caso do pano verde que encobre o espaldar da cadeira ou do fundo, reportam-se a um entendimento gráfico de Cézanne, muito característico de certa art déco, tal como a silhueta do cabelo ou os motivos do fundo. E foi este estilo decorativo o introdutor da generalização do Modernismo em Portugal.
Pedro Lapa
Pedro Lapa