Manuel D’Assumpção
Lisboa , 1926 – Lisboa , 1969
Nascido em Lisboa, passa a infância e a adolescência em Portalegre, onde o pai havia instalado o seu estabelecimento de fotógrafo profissional. Foi com o pai – que tinha o curso superior de Belas-Artes – que D’Assumpção se iniciou na aprendizagem artística da pintura e da fotografia, tendo começado a estudar pintura com Manuel Barrias aos 14 anos. Em 1947 parte para Paris, onde estuda pintura com Fernand Léger e História da Arte com Jean Cassou. Quando regressa, passa algum tempo em Lisboa, integrando-se no meio artístico ligado ao Surrealismo. Afectado pela morte de António Maria Lisboa, em 1953, isola-se em Portalegre, onde continua a pintar. Retorna a Lisboa em 1958. Nesse ano expõe no Salão de Outono da Sociedade Nacional de Belas-Artes e é premiado em Vila Real, vendo um dos seus quadros ser adquirido para o Museu Nacional de Arte Contemporânea. A sua pintura é marcada pela construção de arquitecturas abstractas, fragmentadas e cromaticamente caracterizadas pela profundidade da luminosidade e de contrastes mais ou menos intensos. A ambiguidade no tratamento do espaço pictórico, causado pela relação entre referências figurativas e a sua construção abstracta, aproxima o seu trabalho da pintura da Jovem Escola de Paris, em particular de Manessier e de Roger Bissière, sendo que, tal como estes artistas, não deixa de explorar uma dimensão mais mística e mesmo católica no seu trabalho.
Joana Baião
Joana Baião