Varina
, 1946
José de Almada Negreiros
Lápis sobre papel
69 × 46 cm
69 × 46 cm
assinado e datado
Inv. 1482
Historial
Adquirido pelo Estado em 1952.
Exposições
Lisboa, 1952; Lisboa, 1958; Lisboa, 1971, 2; Lisboa, 1982, 74, p.b.; Madrid, 1983, 46, p.b.; León, 1984, 32; Lisboa, 1991, 48, p.b.; Ílhavo, 2005, s.n.º, cor; Tomar, 2005, 2.
Bibliografia
Almada Negreiros, 1952, s.n.º; Lisboa na Obra dos Artistas Contemporâneos, 1971, 2; AZEVEDO, 1982, 74, p.b.; Almada Negreiros, 1983, 46, p.b.; Lisboa: Século XX nas Artes Plásticas, 1991, 48, p.b.; Almada Negreiros, 2005, 2; Artes de Pesca. As Pescas na Arte, 2005, s.n.º, cor.
Adquirido pelo Estado em 1952.
Exposições
Lisboa, 1952; Lisboa, 1958; Lisboa, 1971, 2; Lisboa, 1982, 74, p.b.; Madrid, 1983, 46, p.b.; León, 1984, 32; Lisboa, 1991, 48, p.b.; Ílhavo, 2005, s.n.º, cor; Tomar, 2005, 2.
Bibliografia
Almada Negreiros, 1952, s.n.º; Lisboa na Obra dos Artistas Contemporâneos, 1971, 2; AZEVEDO, 1982, 74, p.b.; Almada Negreiros, 1983, 46, p.b.; Lisboa: Século XX nas Artes Plásticas, 1991, 48, p.b.; Almada Negreiros, 2005, 2; Artes de Pesca. As Pescas na Arte, 2005, s.n.º, cor.
A escolha deste tema insere-se nas preocupações patentes nos frescos das Gares Marítimas que o artista realizou, sobretudo durante a segunda metade da década de 40, e que através das tradições e costumes populares, entendidos plasticamente por uma modernidade já estabelecida e classicizada, procura captar uma identidade nacional firmada em permanências outrora alheias ao Almada futurista. Os volumes bem definidos e cerceados por uma linha com presença conferem a esta Varina uma dimensão escultórica com certa monumentalidade. A composição desenvolve-se obliquamente através de elipses que tornam a figura ondulante, encontrando o equilíbrio no pé direito que a suporta. A sua volumetria ecoa ainda do Picasso neoclássico. O ondulado da figura imprime um delicado sensualismo aos volumes que no colo atingem um velado erotismo com o xaile mais se assemelhando a uma boa de langorosas curvas. Também o empedrado à portuguesa é estilizado dando continuidade às elipses matriciais do desenho. Estes artifícios de linhas e pormenor afastam-no de qualquer abordagem realista que do mesmo tema a geração de jovens artistas revelados nessa década realizava. Almada remetia-se assim para um entendimento construtivo do desenho fundado em temas de uma cultura popular ancestral.
Pedro Lapa
Pedro Lapa