entrada: Condições Gerais
Henrique Vieira Ribeiro. O Arquivista. Projeto CT1LN: parte II
Biografia do artista
Please do (not) touch incide sobre a recente necessidade de amplificação do tacto enquanto sentido decisório nos processos comunicacionais, numa sociedade que privilegia uma abordagem e contacto audiovisual que medeia, qual filtro, a nossa experiência direta, relegando para segundo plano a nossa inata capacidade de ação. Desempenhando sobretudo um papel de recetores de uma realidade sintetizada e filtrada pelo olhar de outros, torna-se inevitável o reforço e a ampliação das nossas experiências sinestésicas e a (re)calibração dos nossos sentidos. Esta exposição, enfatiza a reconfiguração do Toque no desenvolvimento necessário de uma nova linguagem gestual e corporal, adaptada ao desenvolvimento tecnológico e à recente perceção digital que este exige. Reflete em como os novos dispositivos touch screen (com interface táctil) vieram lançar um novo paradigma e reformular o tacto . Novos códigos são gerados a partir da ponta dos dedos que se tornam “órgãos” que geram escolhas. Neste novo mapeamento da tactilidade, o toque passa a ser apenas parcial. O toque/experiência real é mediado por dispositivos que nos afastam do corpo. Na exposição Please do (not) touch, será apresentado um conjunto de obras que por um lado reforçam esta realidade e que por outro apelam à nossa reconexão, numa experiência direta e real, sem filtros ou intermediários.
“É a mão, com seu polegar oposto aos demais dedos, que distingue a existência humana no mundo. (...) as coisas são apanhadas para serem transformadas. A mão imprime formas (informiert) nas coisas que pega. E assim surgem dois mundos ao redor do homem: o mundo da “natureza”, das coisas existentes (vorhanden) e a serem agarradas, e o mundo da “cultura”, das coisas disponibilizadas (zuhanden), informadas.” Vilém Flusser
Inês Norton