Frederick William Flower: Coimbrões (Pinheiros Mansos). Coleção Particular. Fotografia: Luísa Oliveira
© DGPC/ADF
MNAC
entrada: Condições GeraisFrederick William Flower
Um Pioneiro da Fotografia em Portugal
1994-07-12
1994-08-31
Curadoria: Vitória Mesquita / José Pessoa
O desejo de fixar, para a posteridade, a imagem do quotidiano e a transitoriedade de um rosto, sempre constituiu uma das grandes inspirações humanas. Nos começos do século XIX, as inovações da técnica deram origem a um processo revolucionário de, finalmente, satisfazer de maneira eficaz aquele desejo. Ao entusiasmo científico gerado pelos primórdios da fotografia sucedeu uma verdadeira guerra entre os pintores e os fotógrafos: aqueles, apreensivos, reclamando a legitimidade de uma nova forma de expressão e um lugar no panorama artístico.
A passagem do tempo veio dar razão aos fotógrafos. O Lápis da Natureza oferecia possibilidades bastante mais vastas do que o mero registo passivo de um burguês anafado ou das suas propriedades, para gáudio exclusivo da sua numerosa descendência. Procurando nobilitar-se, a fotografia enveredou, inicialmente, pela imitação da própria pintura. Porém, cedo se tornou evidente que, tal como os pintores, também os fotógrafos conseguiam, mais do que reproduzir a Natureza, vê-la e conhecê-la, seleccionando determinados aspectos de acordo com a sua sensibiilidade.
E, como corolário deste processo, os próprios pintores recorreram àquela técnica que inicialmente condenavam, como fonte de inspiração para a sua nobre actividade.
Os primeiros passos da fotografia em Portugal, ainda, quase desconhecidos e, neste contexto, o contributo pioneiro de Frederick William Flower reveste-se de uma extraordinária importância. Activo entre os anos 1849 e 1859, quando entre nós despontava toda uma geração de pintores, escultores e arquitectos românticos, Flower legou-nos um valiosíssimo espólio que, generosamente preservado pelos seus herdeiros, vem finalmente esclarecer um aspecto até aqui desconhecido da arte em Portugal. A paisagem, o retrato, aspectos pitorescos da vivência quotidiana e do património monumental, são facetas da sua obra que também encontramos na pintura Romântica.
A Exposição que agora se apresenta vai, certamente, constituir um motivo de regozijo para os especialistas e para o grande público. Para além da importância universal que Flower possui - com aspectos tão importantes como o raríssimo "teste de tiras" - para além ainda das novas pistas que fornece a um necessário olhar renovado sobre a arte portuguesa, assim enriquecido, ela permite também, pela primeira vez, a redescoberta viva de aspectos desconhecidos dos nossos antepassados. No espaço privilegiado do novo Museu do Chiado, e graças ao empenho do Arquivo Nacional da Fotografia que se tem ocupado do seu estudo e conservação, esta colecção reencontra, simultaneamente, o seu lugar merecido e a sua actualidade, inaugurando uma das linhas programáticas do espaço renovado do Museu do Chiado.
Simonetta Luz Afonso
Exposição apresentada no quadro da "Lisboa - Capital Europeia da Cultura 94".
Em Exibição
Parceria
2024-12-12
2025-03-05
Curadoria: Ana Rito
A exposição ENQUANTO ISSO//MEANWHILE decorre da investigação realizada pelas alunas do Curso de Mestrado em Estudos Curatoriais do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, em residência curatorial no MNAC.
TRANSGRESSÕES
2024-11-22
2025-02-23
Curadoria: Rui Afonso Santos
Oito painéis impressos apresentam a imagem manipulada de peças do acervo de escultura do Museu Nacional de Arte Contemporânea, fundado precocemente em 1911, no quadro mental renovador da jovem Primeira República portuguesa.