Festival Fuso - MNAC
Festival Fuso - MNAC

Jardim das Esculturas

Entrada Livre

FUSO

ANUAL DE VÍDEO ARTE INTERNACIONAL DE LISBOA

2014-08-29
2014-08-29
Curadoria: Mário Gutiérrez Cru - Sandra Lischi

A Lisboa dos jardins, terraços e esplanadas, por vezes distante do público em geral, abraça as noites de Verão com uma plateia de espreguiçadeiras preparada especialmente para a apresentação de experiências artísticas marcantes da Vídeo Arte.

Cinco dias de viagem pela Vídeo Arte sugerem, anualmente, um percurso temático abrangente fora do contexto habitual de galerias e museus, em espaços ao ar livre, com entrada gratuita.

A edição de 2014 mantém as parcerias nacionais e internacionais estabelecidas permitindo, uma vez mais, a apresentação de obras de qualidade, inéditas em Portugal, conferindo a esta iniciativa uma visibilidade internacional.

A programação estará a cargo de Lori Zippay, João Onofre, Solange Farkas, Mario Gutiérrez Cru, Sandra Lischi e Conrado Uribe em estreita colaboração com os responsáveis das instituições parceiras.

O Open Call aos artistas portugueses, com selecção de Jean-François Chougnet e Júri nomeado pela Direcção do Fuso, é uma vertente fundamental deste festival. Por um lado, é o garante da envolvência no projecto dos artistas/realizadores portugueses por outro, o reconhecimento dado pelo Prémio Aquisição / Fuso / Fundação EDP, é uma extraordinária ferramenta de divulgação e implementação da circulação da Vídeo Arte Nacional.


Jardim do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado | 29 AGO | 22h00

MÁRIO GUTIÉRREZ CRU // PROYECTOR - FESTIVAL INTERNACIONAL VIDEOARTE

POLITICS/POETICS

Duração:  51’53’’

Politics/Poetics partilha um tema comum, a intenção de aproximar-se dos conflitos fronteiriços, políticos e sociais vistos de forma artística, mas crítica, onde conceitos como “bandeira”, “hino”, ou pátria deixaram de ter qualquer tipo de sentido.

Desde Gorbachev, a fronteira do México com os EUA, a natureza predadora e selvagem, sem esquecer as manifestações sociais em Espanha, a Guerra do Iraque, o tratado sobre os direitos humanos, ou a censura na China. Visões muito pessoais e poéticas sobre uma sociedade que começa a entender que este não é o mundo que sonharam os seus pais.

Programa:

_ IVÁN EDEZA (MEX) // Patriota, 2005, 0’52’’

Uma bandeira esfarrapada achada numa cidade do México relembra os restos de um nacionalismo ridículo. A imagem e o som são modificados por outros elementos que complementam este uso absurdo de símbolos.

_PABLO SERRET DE ENA (SP) // Excerpts from ‘Las Cumbres’, 2013, 0’54’’

Las Cumbres (Os Picos) relaciona-se através de cinco pequenas (e grandes) bandeiras com histórias de superação e conquistas vitais, montanhas invictas onde alcançar o pico provocou uma expansão nos mundos pessoais, reforçando as suas identidades e criando um mapa das suas almas. Estas cinco histórias anónimas foram gravadas e traduzidas em bandeiras cozidas pelos protagonistas das próprias histórias, com as suas próprias roupas e outros tecidos - contextualizando diferentes cenários relacionados com as suas experiências de vida.

_BONGORE (SP) // Line / Paso hormiga, 2009, 0’24’’

Acções na fronteira realizadas por Ela Vega e Bongore, 2009. As fronteiras são nos apresentadas como símbolos físicos da expressão do poder: artifícios que desenham uma linha de dominação, de desigualdade ao longo da paisagem. Estes trabalhos audiovisuais redefinem estes espaços fronteiriços, destabilizam-nos, quebram-nos simbolicamente e instalam-se nos seus interstícios para reinventar liricamente esse controlo.

Acção de soltar formigas no território Americano (San Ysidro) que foram apanhadas em território Mexicano (Tijuana). A câmara segue essas formigas — emigrantes, que brilhantemente gozam com a fronteira. As formigas são acompanhadas durante esse momento de rebelião que, metaforicamente, quer ser o detonador de um desenvolvimento ‘nómada’, libertador.

_ DANIEL SILVO (SP) // Glásnost (transparencia en rojo), 2011,

3’24’’Glásnost é uma palavra russa que significa “transparência”. Glásnost foi um importante programa político desenvolvido durante a reforma Perestroika que supunha a abertura informativa e institucional de um regime soviético. Aqui o artista utiliza um objecto folclórico russo como a Matrioska, uma figura que oculta a outra que oculta outra... mas aqui feita de vidro transparente, uma metáfora paradoxal que nos remete para a época de transparência antes da queda da cortina de ferro.

As duras palavras de Gorbachev dedicadas ao governo de Putin no último ano estão relacionadas com um aumento de práticas corruptas e perda de liberdade e transparência na Rússia contemporânea.

_ GUILLERMO GÓMEZ (SP) // Seed broadcast occupy, 2012, 8’25’’

A história do ser humano é uma luta contínua contra ele mesmo. O medo, a violência e a mentira fazem parte da história e evoluíram de forma exponencial ao longo dos anos dentro da nossa sociedade. A intenção do artista é localizar, na torrente de imagens em que vivemos, aquelas que deixam ao descoberto os sofisticados métodos por que aceitamos e consentimos sistemas violentos e repressivos. Usando as suas analogias e contradições de um modo poético o artista provoca o pensamento e a critica a este tipo de relações.

_ MORA HUGUET (SP) // Reventar la taza & Doblar cuchillo, 2010, 0’34’’

1. A entropia tende a aumentar com o tempo.
2. Tudo fica completamente quieto até explodir em bocados.
3. Então toma a tua chávena de chá e espera.

_IVÁN M. VALENCIA (SP) // KUMBAYAH! - cutie series #2, 2012, 1’55’’

Mashup de videos do Youtube dos distúrbios em Barcelona e Madrid em 2011-2012. Música do Grupo G de ADC. A violência tem sido utilizada durante séculos como uma reacção ao medo, ao desconhecido, ou para combater a ameaça ao estabelecido. A dança tem também sido uma parte importante dos rituais, celebrações e entretenimento. "Kumbayah" é uma aproximação à estética visual da conjugação dessas duas formas de comunicação não-verbal entre os seres humanos.

_ARMIN ZOGHI (IRA) // Be like us, 2010, 6’58’’

Um homem sozinho é prisioneiro entre três paredes. A sua única saída é através da nossa tela, embora esta via esteja bloqueada por nós. A parede central mostra imagens televisivas de guerra. Há um cabo entre a parede e o homem que o preocupa. A sua relação estende-se entre o cabo e a tela, mas nada diz. O único som é o que corresponde às imagens centrais. Há, no entanto, alguém que é livre nesta cena. Ela, a mulher, move-se sem limites.

_ PILAR TALAVERA (PERU) // Yangón Mon Amour, 2011, 4’08’’

Yangón Mon Amour é configurado como uma história construída a partir de uma filmagem da Cidade de Yangon (Birmânia) acompanhada por uma transcrição precisa de um e-mail recebido em resposta a um pedido de colaboração com um artista Birmânio. Este texto ilustra claramente a situação repressiva que os artistas Birmânicos ainda vivem.

_ JORGE GARCÍA (SP) // -A12M9- "pequeños ensayos sobre la desesperación", 2013, 2’44’’

A condição humana está a ser cada vez mais reduzida pela imposição das classes mais poderosas. Valores como a competição, o cinismo ou a diferença estão a aumentar a crença dos que pensam que o que se está a passar é remoto à sua situação e condição. Longe de ser uma tendência deliberada no discurso, este vídeo aborda o conceito de violência como o principal elo desta cadeia de acontecimentos e situações, combina valores conceptuais com imagens dos media interpondo-os com diferentes ruídos e fingindo ser uma metáfora para a declaração sobre o barulho do lendário John Cage, “Onde quer que estejamos o mais frequente é ouvirmos ruído. Quando o ignoramos não nos incomoda. Quando o ouvimos achamos fascinante.” Este vídeo é apenas uma ligeira reflexão sobre um estado de desespero.

_SHAHAR MARCUS (ISR) // Homecoming Artist, 2007, 4’37’’

O vídeo mostra o artista Shahar Marcus a conduzir, com os seus pais, no regresso à sua terra natal Petah Tikva, uma cidade perto de Tel Aviv. Durante a viagem é perguntado aos habitantes da cidade se conhecem ou já ouviram falar do artista. Nenhum dos locais conhece o artista e a maioria não se preocupam de todo com arte. A obra fala da diferença entre o mundo da arte e do cidadão comum das pequenas cidades, como a cidade natal do artista.

_NICKY ENRIGHT (ECU) // Inter National Anthem, 2008, 9’48’’

O Inter National Anthem (Inter Nacional Hino) é um video áudio-mashup que inclui os 195 hinos nacionais de cada nação no mundo, num estilo idêntico à música clássica europeia. Os hinos demonstram o legado persistente da dominação ocidental. Este trabalho explora como a identidade nacional se pode representar no som (hino) e nas cores e formas (bandeiras). Estas sinfonias genéricas e abstracções geométricas podem ter um impacto emocional patriótico, na exibição dos jogos Olímpicos, que mostra quão enraizadas a teoria e a prática das fronteiras (inventadas) são.

_LAURITA SILES (SP) // Cuál es mi bandera, 2007, 1’14’’

Quem sabe porquê, um dia, alguém se sentiu identificado com vermelho e o proclamou a sua bandeira. E um sobrevivente, agarrado a isso, exalta-o e grita-o tão alto quanto possível, não vamos nós ouvir o que diz o vizinho, e tenhamos razão para desmoronar a cosmogonia. E a identidade torna-se num ego inchado, numa resistência para enfrentar justamente esta natureza humana, que se algo claro nos mostra é que sabemos pouco de nada. Lembre-se que quando vê vermelho, é uma mentira.

_ROCIO BOLIVER "LA CONGELADA DE UVA" (MEX) // A ritmo de Swing / To the Rithm of Swing, 2012, 4’11’’

La Congelada de Uva estava na praia, de frente para o muro da fronteira entre Tijuana e San Diego, com o mar como um artista de palco, com a cabeça coberta por um chinffon branco, andou na frente de um trio que estava a tocar. Roccio Boliver aproximou-se de um guindaste que estava pendurado a balançar, onde se sentou para estar no topo da fronteira. Já pendurada, balançou-se por 15 minutos para atravessa a fronteira, sem nunca pisar solo americano.

Depois de se balançar por alguns minutos, Rocio ainda a balançar baixa as calças e mostra o seu “rabo” para fazer migrar um seu “pum” para o espaço aéreo dos EUA, enquanto continuava a balançar-se. A artista provoca a migração gozando e desafiando-a, enquanto balançava no céu como uma espécie de anjo que estava ali para se vingar de uma forma simbólica da morte de muitos mexicanos que cruzam a fronteira em busca de uma qualidade de vida melhor.

_JORGE GALIINDO & SANTIAGO SIERRA (SP) // Los Encargados, 2012, 5’55’’

Los Encargados [Os Encarregados], mostra uma procissão a rumar caminho pela Gran Via de Mardid acompanhada por uma crescente banda sonora. A música, “Warszawianka” usada como hino pelos trabalhadores Polacos em 1905, foi adaptada pelos movimentos populistas em todo o mundo. Ouvida frequentemente em Espanha durante a sua Guerra Civil (1936-39), é também reconhecida como a banda sonora das filmagens da Revolução de Outubro, nos créditos iniciais do filme de 1997 The Jackal. Nas mãos dos artistas, o áudio “achado” e os elementos visuais fabricados combinam para ressoar para além das associações nacionais especificas, questionando os espectadores a reflectir sobre os responsáveis.

«Quando o governo viola os direitos do povo, a insurreição é para o povo, e para cada porção do povo, o mais sagrado dos seus direitos e o mais indispensável dos deveres». Declaração dos Direiros do Homem e do Cidadão — Paris, 23 de Junho  de 1793

* Cortesia do artista & Galeria Helga de Alvear, Madrid. Apenas exibido no Festival FUSO.

_ YASSER BALLEMANS (ND) // The End, 2008, 1’02’’

A Declaração Universal dos Direitos Humanos é uma declaração adoptada pela Assembleia-geral das Nações Unidas a 10 de Dezembro de 1948 no Palais de Chaillot, Paris. A Declaração surgiu directamente da experiencia da Segunda Guerra Mundial, e representa a primeira expressão mundial dos direitos a que todos os seres humanos têm direitos inerentes. A obra “The End” projecta o texto completo num minuto como se fossem os créditos finais de um filme.


Jardim do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado | 29 AGO | 23h00

SANDRA LISCHI // INVIDEO MILAN

“UNFRAMED”: THE INVIDEO COMPILATION FOR FUSO

Duração:  68’00

Dança, animação, música visual, imagens abstratas, e, ao mesmo tempo, nenhuma definição para este tipo de obras. "Unframed" (Sem moldura). Brincadeira, sonho, surpresa, incomunicabilidade, coreografias extravagantes, enigma, encontros, uma visão curiosa sobre o mundo. Poesia. Um panorama de imagens diferentes, capazes de inventar formas não-padronizadas de descrever, revelando, aludindo, detonando reflexão. Interferências entre imagem e música, desenho e poesia, dança. Uma pequena selecção retratando alguns tipos de obras de não-ficção apresentadas recentemente pelo INVIDEO.

INVIDEO - International Exhibition of Video Art and Cinema Beyond -, organizado desde 1990 pelo A.I.A.C.E. em Milão, representa um ponto de referência para o vídeo não ficcional na Itália e estabeleceu-se como uma referência internacional para uma ampla série de produções audiovisuais ligadas à arte electrónica e novas tecnologias.

Desde o início, o objectivo do INVIDEO tem sido criar em Milão um arquivo permanente de arte de não-ficção de todo o mundo – vídeo arte, cinema e vídeo experimental e de pesquisa. Assim, ano após ano, o INVIDEO empreende um profundo e abrangente processo de selecção, após o qual, as mais significativas obras italianas e internacionais são apresentadas ao público numa grande exposição. Como parte do evento anual, juntamente com o rico e variado programa de projecções, acontecem encontros com realizadores, apresentações introdutórias para estreias, debates, retrospectivas, e algumas vezes performances e instalações de vídeo.

Ao longo do ano, as obras adquiridas desde 1990 podem ser vistas onde estão armazenadas, na Fabbrica del Vapore. A colecção está disponível para consulta do público. INVIDEO é também membro fundador do Milano Film Network (MFN), um novo projecto nascido em 2013, desenvolvido graças ao apoio da Fundação Cariplo, que une a experiência e os recursos de sete festivais de cinema do Milão.

A edição de 2014 terá lugar em Milão de 29 de Outubro até 03 de Novembro, e o festival FUSO irá participar com uma compilação portuguesa.


Programa:

_ROBERT CAHEN (FR) // Sanaa, passages en noir, 2007, 7’07’’

Estamos no Iémen, no Médio Oriente, o artista contempla uma rua estreita, iluminada por uma faixa diagonal de luz. Figuras de mulheres a andarem, envoltas em mantos negros: um homem sozinho caminha em direcção à câmara, apenas o seu rosto é visível. O artista trabalhou com o tempo, retardando a figura e multiplicando as imagens das mulheres, etéreas como sombras. A composição por J.S.Bach atribui às imagens um sentido sagrado e envolve as mulheres numa dimensão eterna, além de religiões e culturas. Sanaa existe também sob a forma de instalação de vídeo.

_Alyson Bell (AUS) // The changing room, 1997, 6’

Inspirado por uma performance de dança, o vídeo mostra uma mulher presa dentro das suas memórias, tentando dar sentido à sua vida. Lá fora, um mundo observa e julga enquanto o faz-tudo (a sua animosidade) empurra o seu interior ainda mais para a ruína, e força um avanço para um futuro sem pressões.

_Cathy Greenhalgh, Rosemary Butcher (EN) // Undercurrent, 2001, 9’ 35’’

"Uma improvisação coreográfica utilizando o movimento natural de uma grande mulher. Entre o ar e a água... cada impacto, liberta e recupera sensações da gravidade, leveza, suspensão e ímpeto "(C. Greenhalg). A água transforma as formas da mulher em volumes difusos que se movem suavemente através do seu ambiente. O vídeo encontra aspectos de sensualidade estranhos e contraditórios num corpo que normalmente não é considerado sensual.

_David Anderson (EN) // Motion Control, 2001-2002, 8'32''

"Peque numa dançarina glamorosa e envelhecida. Prenda-a no mundo real que colide com a sua realidade privada. Controle os seus movimentos, contenha a sua emoção. Bem pode tentar, mas entretanto ela já o superou. Com um hiper-som e uma consciencialização super inteligente submeta-se a esta bizarra viagem de aprisionamento" (David Anderson). Por um sistema de controlo de movimento (que permite o controlo remoto de uma câmara de vídeo), o vídeo é reproduzido no papel duplo da câmara: filmar e aprisionar e dançar com seus movimentos pirotécnicos.

_Stephanie Maxwell & Allan Schindler (USA) // Time Streams, 2003, 5’ 30’’

Em Time Streams os dois artistas procuraram articular as ligações entre imagens e sons: imagens coloridas abstractas foram pintadas à mão numa película de 35mm, que foi então processada e editada por computador. O vídeo é uma surpreendentemente rica composição audiovisual, uma festa rítmica de sensualidade cromática: uma pequena jóia que combina a manipulação do artesanato e a tecnologia digital.

_Milla Moilanen (FI) // Vertebra, 2003, 5’

«Vertebra explora como um pensamento se torna num movimento» (Milla Moilanen). O vídeo tenta transmitir a ligação entre estes dois movimentos na dança. Os corpos dos dois bailarinos movem-se através de um diálogo com imagens médicas e científicas, numa tela que utiliza várias técnicas de incrustação e sobreposições. Um estudo poético do movimento, uma homenagem ao espírito científico de Marey e à sua contribuição para o nascimento do cinema, e para os estudos anatómicos de vários períodos.

_Ursula Ferrara (IT) // News, 2006, 4’11’’

Ursula Ferrara desenvolve e enriquece recortes de jornais com as suas grandes e pequenas notícias. A partir do quotidiano de um diário pessoal, entrelaçado com sinais e sonhos, a imprensa diária do mundo, cheia de notícias absurdas, o escândalo da violência e da guerra. Ao desenho e à pintura Ferrara acrescenta aqui as mais diversas técnicas: fotografia, aguarelas, giz, tecidos, cascas de ovo, cola, numa mistura de «materiais» tão densa como os temas e as manchetes do passado.

_Clorinde Durand (FR) // Naufrage, 2008, 6’

Uma explosão simbólica de corpos e almas. Usando imagens de alta definição desaceleradas, o artista tenta capturar o menor dos movimentos do corpo e expressões faciais, estendendo os movimentos de forma a congelar todo e qualquer instante de acção. O estado dos eventos não é explicado. O artista apresenta uma visão hiper-realista de uma situação de conflito e trauma desconhecido, visualizando a forte natureza física das emoções.

_Leonardo Carrano & Giuseppe Spina (IT) // Jazz for a Massacre, 2008, 6’

Jazz for a massacre (Jazz para um massacre) é uma homenagem ao artista e cineasta experimental Otan Frasca, inventor do "método de doodle", uma forma de expressão livre para explorar o inconsciente. O filme mostra-se como uma jam-session musical-pictórica onde o jazz de improvisação de Marco Colonna combina com as formas abstractas, criadas por Leonardo Carrano directamente no filme, e editado por Giuseppe Spina. 20.000 fotogramas pintados, esculpidos e gravados envolvem o espectador numa dança cromática.