O poeta e o anjo
, c. 1938
Mário Eloy
Óleo sobre tela
80 × 100 cm
80 × 100 cm
Inv. 1468
Historial
Adquirido pelo Estado a Guilhermina de Aboim Borges Queiroz, em 1951.
Exposições
Lisboa, 1938, 41; Lisboa, 1952; São Paulo, 1953, 26; Lisboa, 1955: Porto, 1958, 40, p.b.; Paris, 1968, 48, p.b.; Bruxelas, 1968, 48, p.b.; Madrid, 1968, 48, p.b.; Moscovo, 1987, s.n.º, cor; Queluz, 1989, 120; Osnabrück, 1992, 307, cor; Lisboa, 1996, 74, cor; Frankfurt, 1997, 72, cor; Lisboa, 1997, 72, cor; Castelo Branco, 2001, 25, cor; Lisboa, 2002; Lisboa, 2005; Lisboa, 2006; Lisboa, 2009; Lisboa, 2010.
Bibliografia
3.ª Exposição de Arte Moderna, 1938, 41; II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, 1953, 26; Exposição Retrospectiva do Pintor Mário Eloy (…), 1958, 40, p.b.; Art portugais: peinture et sculpture (…), 1968, 48, p.b.; Arte portugués: pintura y escultura (…), 1968, 48, p.b.; COGNIAT, 1968, 6, p.b.; FRANÇA, 1974, 279; SEGURADO, 1982, 69, p.b.; GONÇALVES, 1986, 162, cor; Arte Portuguesa Contemporânea, 1987, s.n.º, cor; MNAC: Colecção de Pintura Portuguesa (…), 1989, 120; Arte Portuguesa 1992, 1992, 307, cor; SILVA (et al.), 1994, 148, cor; DIAS, 1995, 40; SILVA , 1995, 386-387; LAPA, 1996, 33; SILVA , 1996, 74, cor; HENRIQUES, 1997, 72, cor; GONÇALVES, 1998, 58, cor; SILVA , 1999, 96, cor; «Modernismo sem vanguarda», 2000; SANTOS, 2001, 25, cor; PINHARANDA, 2009, 88, cor.
Adquirido pelo Estado a Guilhermina de Aboim Borges Queiroz, em 1951.
Exposições
Lisboa, 1938, 41; Lisboa, 1952; São Paulo, 1953, 26; Lisboa, 1955: Porto, 1958, 40, p.b.; Paris, 1968, 48, p.b.; Bruxelas, 1968, 48, p.b.; Madrid, 1968, 48, p.b.; Moscovo, 1987, s.n.º, cor; Queluz, 1989, 120; Osnabrück, 1992, 307, cor; Lisboa, 1996, 74, cor; Frankfurt, 1997, 72, cor; Lisboa, 1997, 72, cor; Castelo Branco, 2001, 25, cor; Lisboa, 2002; Lisboa, 2005; Lisboa, 2006; Lisboa, 2009; Lisboa, 2010.
Bibliografia
3.ª Exposição de Arte Moderna, 1938, 41; II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, 1953, 26; Exposição Retrospectiva do Pintor Mário Eloy (…), 1958, 40, p.b.; Art portugais: peinture et sculpture (…), 1968, 48, p.b.; Arte portugués: pintura y escultura (…), 1968, 48, p.b.; COGNIAT, 1968, 6, p.b.; FRANÇA, 1974, 279; SEGURADO, 1982, 69, p.b.; GONÇALVES, 1986, 162, cor; Arte Portuguesa Contemporânea, 1987, s.n.º, cor; MNAC: Colecção de Pintura Portuguesa (…), 1989, 120; Arte Portuguesa 1992, 1992, 307, cor; SILVA (et al.), 1994, 148, cor; DIAS, 1995, 40; SILVA , 1995, 386-387; LAPA, 1996, 33; SILVA , 1996, 74, cor; HENRIQUES, 1997, 72, cor; GONÇALVES, 1998, 58, cor; SILVA , 1999, 96, cor; «Modernismo sem vanguarda», 2000; SANTOS, 2001, 25, cor; PINHARANDA, 2009, 88, cor.
Exemplo de uma dimensão lírica, presente na pintura do artista, esta não serve de subterfúgio à ausência de propostas plásticas modernas e estruturalmente inovadoras, ao contrário do que foi comum na sua geração. Três figuras definem um equilíbrio paradisíaco que o pintor por pouco tempo viria a conhecer. O poeta, projecção do artista, com olhar sonhador, segurando um ramo, encontra-se deitado sobre o regaço da amada, junto de ambos quase imaterial aparece um anjo, símbolo da própria inspiração e subsequente tranquilidade. No entanto, quando contrastados o rosto da mulher e o do anjo, uma clivagem entre estas torna-se manifesta. Atrás da mulher surge mesmo uma janela negra ameaçadora, enquanto atrás do anjo, há apenas o horizonte, um barco e o sol poente, executados de um modo ingénuo e que contrastam com a estilização expressionista das figuras. Os rostos assumem contrastes cromáticos arrojados, como é o caso do verde-ácido do rosto da mulher com o carmim dos cabelos. A desproporção entre a importância dos rostos e os corpos diminutos, algo retorcidos, vincula o seu valor semântico dentro de um processo de projecção do eu no seu mundo exterior, iniciado já em obras como o Bailarico no bairro. A dimensão alegórica é aqui plena. Transformados em símbolos de uma gramática pessoal, que Eloy desenvolveu com maior intensidade nos últimos desenhos da sua vida, as figuras que habitam o espaço sobrecodificado da tela configuram um intervalo e uma possibilidade de suspensão precária num processo de desagregação do próprio que a pintura projecta.
Pedro Lapa
Pedro Lapa