Retrato da minha mulher
, 1914
José Malhoa
Óleo sobre madeira,
34,5 × 43 cm
34,5 × 43 cm
assinado e datado
Inv. 460
Historial
Doação do autor em 1919.
Exposições
Caldas da Rainha, 1943, 12; Caldas da Rainha, 1950, 11; Caldas da Rainha, 1955, 127; Caldas da Rainha, 1981, 90, p.b.; Lisboa, 1983, 14, p.b.; Caldas da Rainha, 1983, 35, p.b.; Figueiró dos Vinhos, 1997, 13, cor; Almada, 2001, 16, cor; Caldas da Rainha, 2005, 46, cor; Figueiró dos Vinhos, 2014.
Bibliografia
MACEDO, 1948, 18, p.b.; MONTÊS, 1950, 62, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. III; COUTO, 1981, 90, p.b.; Cinquentenário da morte de José Malhoa, 1983, 70, p.b.; Malhoa nas colecções do Museu, 1983, 31, p.b.; SILVEIRA, 1994, 45, cor; Natura Artis Magistra: A natureza mestra das artes, 2001, 115, cor; FERREIRA, 2001, 90; Malhoa e Bordalo: Confluências de uma geração, 2005, 92, cor.
Doação do autor em 1919.
Exposições
Caldas da Rainha, 1943, 12; Caldas da Rainha, 1950, 11; Caldas da Rainha, 1955, 127; Caldas da Rainha, 1981, 90, p.b.; Lisboa, 1983, 14, p.b.; Caldas da Rainha, 1983, 35, p.b.; Figueiró dos Vinhos, 1997, 13, cor; Almada, 2001, 16, cor; Caldas da Rainha, 2005, 46, cor; Figueiró dos Vinhos, 2014.
Bibliografia
MACEDO, 1948, 18, p.b.; MONTÊS, 1950, 62, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. III; COUTO, 1981, 90, p.b.; Cinquentenário da morte de José Malhoa, 1983, 70, p.b.; Malhoa nas colecções do Museu, 1983, 31, p.b.; SILVEIRA, 1994, 45, cor; Natura Artis Magistra: A natureza mestra das artes, 2001, 115, cor; FERREIRA, 2001, 90; Malhoa e Bordalo: Confluências de uma geração, 2005, 92, cor.
Figura discreta, Juliana Júlia de Carvalho é representada na tela e identificada como “minha mulher”. Das suas origens nada se sabe e do seu entendimento com Malhoa, nunca comentado pelos amigos, pouco se descortina. Casados em 1880, viajaram juntos pelo estrangeiro, construíram morada em Lisboa, recolheram, por vezes, a Figueiró dos Vinhos.
No final da vida, com os cabelos grisalhos e uma face que não se dá a conhecer, a personagem dilui-se entre as flores, em manchas de pincelada, como se de uma natureza morta se tratasse. Numa postura que lhe confere elegância, esconde o olhar, o sorriso, os traços característicos. Das poucas figuras que assim representou, nenhuma se demite tanto de um perfil ou da narração de uma história.
O tratamento plástico da cabeça em violetas, azuis e cinzas, envolve-a na composição e distancia-a do espectador através de uma cortina subtil de luz e sombra, parecendo guardar, aquém e além da figuração, um certo intimismo que não se pretendia violar. Mais próximo de tentativas sensíveis de entrosamentos entre figura/flor (Cabeça de rapariga entre lírios; Petiza entre flores) do que da opção pictórica de uma ruralidade alegre e vibrante de colorido, a tela reflecte um entendimento luminoso da figura e natureza, que se envolvem numa experiência sensorial.
Maria Aires Silveira
No final da vida, com os cabelos grisalhos e uma face que não se dá a conhecer, a personagem dilui-se entre as flores, em manchas de pincelada, como se de uma natureza morta se tratasse. Numa postura que lhe confere elegância, esconde o olhar, o sorriso, os traços característicos. Das poucas figuras que assim representou, nenhuma se demite tanto de um perfil ou da narração de uma história.
O tratamento plástico da cabeça em violetas, azuis e cinzas, envolve-a na composição e distancia-a do espectador através de uma cortina subtil de luz e sombra, parecendo guardar, aquém e além da figuração, um certo intimismo que não se pretendia violar. Mais próximo de tentativas sensíveis de entrosamentos entre figura/flor (Cabeça de rapariga entre lírios; Petiza entre flores) do que da opção pictórica de uma ruralidade alegre e vibrante de colorido, a tela reflecte um entendimento luminoso da figura e natureza, que se envolvem numa experiência sensorial.
Maria Aires Silveira