Retrato da Exmª Viscondessa de Menezes, D. Carlota
, 1862
Luís de Menezes (Visconde de)
Óleo sobre tela
223 × 150 cm
223 × 150 cm
assinado e datado
Inv. 463
Historial
Doação da filha do artista, Elisa Miranda de Menezes, em 1919.
Exposições
Lisboa, 1862, 27; Paris, 1867, 7; Lisboa, 1919, 2; Paris, 1931; Lisboa, 1950; Lisboa, 1974, 442; Madrid, 1985, 42, p.b.; Paris, 1987, 77, cor e p.b.; Lisboa, 1988, 77, cor e p.b.; Tóquio, 1999, 63, cor; Lisboa, 2002; Lisboa, 2005.
Bibliografia
LIMA, 1880, 45; Pintura portuguesa no MNAC (...), 1927, 4, cor; Portugal: A arte, os monumentos, a paisagem, os costumes, as curiosidades, s.d. (c. 1936), 5, p.b.; BRAGANÇA, s.d. (c. 1936), 9; LUCENA, 1943, 73; LACERDA, 1946, 380 – 381, p.b.; MACEDO, 1949, 7, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. III; RODRIGUES, 1959, 11, p.b.; Lisboa, Artis, 1961, 22, p.b.; FRANÇA, 1967, vol. I, 281, p.b.; Dicionário da Pintura Universal: Pintura Portuguesa, 1973, vol. 3, 241 cor; FRANÇA, 1981, 64, p.b.; 100 obras maestras del arte portugués, 1986, 187, p.b.; Paris, 1988, 23, p.b.; FRANÇA e COSTA, 1988, 133, cor; MARÍN, 1989, p.b.; FRANÇA, 1993, 320 – 21, p.b.; SILVEIRA, 1994, 10, cor; PAREIRA, 1995, 331; As Belas-Artes do Romantismo em Portugal, 1999, 270; Esplendores de Portugal: Cinco Séculos de Arte, 1999, 100, cor; Porto, 1999, 37, cor; FRANÇA, 2001, 467; MACEDO, s.d., 363, p.b.
Doação da filha do artista, Elisa Miranda de Menezes, em 1919.
Exposições
Lisboa, 1862, 27; Paris, 1867, 7; Lisboa, 1919, 2; Paris, 1931; Lisboa, 1950; Lisboa, 1974, 442; Madrid, 1985, 42, p.b.; Paris, 1987, 77, cor e p.b.; Lisboa, 1988, 77, cor e p.b.; Tóquio, 1999, 63, cor; Lisboa, 2002; Lisboa, 2005.
Bibliografia
LIMA, 1880, 45; Pintura portuguesa no MNAC (...), 1927, 4, cor; Portugal: A arte, os monumentos, a paisagem, os costumes, as curiosidades, s.d. (c. 1936), 5, p.b.; BRAGANÇA, s.d. (c. 1936), 9; LUCENA, 1943, 73; LACERDA, 1946, 380 – 381, p.b.; MACEDO, 1949, 7, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. III; RODRIGUES, 1959, 11, p.b.; Lisboa, Artis, 1961, 22, p.b.; FRANÇA, 1967, vol. I, 281, p.b.; Dicionário da Pintura Universal: Pintura Portuguesa, 1973, vol. 3, 241 cor; FRANÇA, 1981, 64, p.b.; 100 obras maestras del arte portugués, 1986, 187, p.b.; Paris, 1988, 23, p.b.; FRANÇA e COSTA, 1988, 133, cor; MARÍN, 1989, p.b.; FRANÇA, 1993, 320 – 21, p.b.; SILVEIRA, 1994, 10, cor; PAREIRA, 1995, 331; As Belas-Artes do Romantismo em Portugal, 1999, 270; Esplendores de Portugal: Cinco Séculos de Arte, 1999, 100, cor; Porto, 1999, 37, cor; FRANÇA, 2001, 467; MACEDO, s.d., 363, p.b.
Numa varanda de palácio, a viscondessa posa para o retratista, em atitude mundana. De algum modo, são visíveis os expedientes da fotografia das últimas décadas do século. Da sua estada em Inglaterra, Menezes colhe influências de Winterhalter, traduzidas em memórias elegantes, que actualizam pontuações setecentistas de origem flamenga, em Van Dyk. Assim acontece com este retrato de sua mulher, filha de ingleses, simbolizando a sociedade lisboeta citadina que no Passeio Público se mostrava, na época em que o próprio rei D. Fernando o frequentava.
A figura fina e delicada da Viscondessa fixa o horizonte, como se do objectivo que ali a colocou não soubesse, e expõe, com fingida naturalidade, as cores que enfeitam o branco do seu vestido. Trata-se de uma obra que em todos os pormenores pretende a perfeição, segundo uma estética miniaturista, em molde ampliado. O conjunto equilibra-se pelo gosto decorativo, resultando numa obra que se impõe pela majestosidade das dimensões, pela pose da personagem e pelo impacto que o jogo de cores provoca, num branco sobre branco, iluminado com sinais de vermelho, sabiamente colocados. Um foco de luz jorra sobre a figura recortando-a de um fundo escuro, de tonalidade uniforme. Afastado do grupo romântico por temperamento e estatuto social, com uma visão própria do romantismo, Menezes aposta no retrato e representa a elegância aristocrática desejada pela Lisboa “regenerada”, mal dividida pelas dicotomias cidade/campo, neste singular retrato mundano da pintura portuguesa.
Maria Aires Silveira
A figura fina e delicada da Viscondessa fixa o horizonte, como se do objectivo que ali a colocou não soubesse, e expõe, com fingida naturalidade, as cores que enfeitam o branco do seu vestido. Trata-se de uma obra que em todos os pormenores pretende a perfeição, segundo uma estética miniaturista, em molde ampliado. O conjunto equilibra-se pelo gosto decorativo, resultando numa obra que se impõe pela majestosidade das dimensões, pela pose da personagem e pelo impacto que o jogo de cores provoca, num branco sobre branco, iluminado com sinais de vermelho, sabiamente colocados. Um foco de luz jorra sobre a figura recortando-a de um fundo escuro, de tonalidade uniforme. Afastado do grupo romântico por temperamento e estatuto social, com uma visão própria do romantismo, Menezes aposta no retrato e representa a elegância aristocrática desejada pela Lisboa “regenerada”, mal dividida pelas dicotomias cidade/campo, neste singular retrato mundano da pintura portuguesa.
Maria Aires Silveira