Luís de Miranda Pereira Henriques Menezes era filho do 1º Visconde de Menezes. Muito jovem, cursou letras na Academia do Porto e aos 16 anos bate-se pela causa liberal no cerco da Invicta. Em 1834 vai para a capital, para frequentar a recém-criada Academia Real de Belas-Artes, mas progressivamente desilude-se com o ensino académico.
Com uma bolsa de seu pai, parte para Roma em 1844, na companhia de Francisco Metrass. Aluno de Overbeck, faz cópias nos museus dos quadros dos grandes mestres. Em Londres, convive com os Pré-Rafaelitas e colhe lições do retratismo elegante de Reynolds e Lawrence. Decide então aperfeiçoar-se no género do retrato, pelo qual se distinguirá na pintura portuguesa do seu tempo.
Em 1850 reencontra Metrass em Paris e juntos regressam a Lisboa. Nessa década, convive com um grupo de pintores, com destaque para Anunciação e Cristino, que se rebelam contra o ensino da Academia lisboeta e introduzem na pintura temas e características do Romantismo.
Fidalgo da Casa Real, foi membro fundador e vice-presidente da Sociedade Promotora das Belas-Artes, o mais importante grémio de artistas até ao surgimento do Grupo do Leão na década de 1880. O conjunto da sua obra continua largamente por estudar.

Carlos Silveira