À espera dos barcos (estudo)
, 1891
João Marques de Oliveira
Óleo sobre madeira
25,5 × 37,5 cm
25,5 × 37,5 cm
datado
Inv. 475
Historial
Doação de José Relvas em 1920.
Exposições
Luanda, Lourenço Marques, 1948, 26; Lisboa, snba, 1951; Lisboa, MNAC, 1951, 1; Queluz, 1989, 67; S. Paulo, 1996, cor.
Bibliografia
Portugal: A arte, os monumentos, a paisagem, os costumes, as curiosidades, s.d. (c. 1936), 10b.; BRAGANÇA, s.d. (c. 1936), 11; Exposição de Arte Portuguesa, 1948, 26, p.b.; Arte/Boletim da Sociedade Nacional de Belas-Artes, 1951, 14, p.b.; MACEDO, 1953, 7, p.b.; LOPES, Joaquim, 1954, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. III; FRANÇA, 1967, vol. II, 36, p.b.; Dicionário da Pintura Universal: Pintura Portuguesa, 1973, vol. 3, 233; LAPA, 1994, 34, cor; O Grupo do Leão e o Naturalismo Português, 1996, 65, cor; SILVA, 1996, 30; A Arte e o Mar, 1998, 197, cor.
Doação de José Relvas em 1920.
Exposições
Luanda, Lourenço Marques, 1948, 26; Lisboa, snba, 1951; Lisboa, MNAC, 1951, 1; Queluz, 1989, 67; S. Paulo, 1996, cor.
Bibliografia
Portugal: A arte, os monumentos, a paisagem, os costumes, as curiosidades, s.d. (c. 1936), 10b.; BRAGANÇA, s.d. (c. 1936), 11; Exposição de Arte Portuguesa, 1948, 26, p.b.; Arte/Boletim da Sociedade Nacional de Belas-Artes, 1951, 14, p.b.; MACEDO, 1953, 7, p.b.; LOPES, Joaquim, 1954, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. III; FRANÇA, 1967, vol. II, 36, p.b.; Dicionário da Pintura Universal: Pintura Portuguesa, 1973, vol. 3, 233; LAPA, 1994, 34, cor; O Grupo do Leão e o Naturalismo Português, 1996, 65, cor; SILVA, 1996, 30; A Arte e o Mar, 1998, 197, cor.
O estudo para o quadro que seria pintado no ano seguinte, com o mesmo título, é revelador de uma espontaneidade e síntese que o quadro acabado desconhece. Este confronto permite esclarecer uma duplicidade presente ao longo da pintura oitocentista, quer da parte dos artistas, indecisos entre uma tradição fiel a um virtuosismo académico e um entendimento mais radical de certas categorias pictóricas ainda que apenas intuído, quer da recepção da crítica e do público, profundamente ignorantes e desfasados de uma modernidade à data já ultrapassada.
No estudo está patente uma consciência da superfície do quadro, assumida sobretudo na planificação das figuras e mais marcada no que respeita às do segundo plano. Na água, os valores expressivos da pincelada assumem uma liberdade vizinha do impressionismo. Com estes aspectos, diluídos no quadro acabado, coexiste a pose clássica da rapariga a que a composição triangular confere um equilíbrio estático. Tal facto vem expor o teor restrito da modernidade nacional de oitocentos, apenas experienciada no plano paisagístico, sem soluções ou delas temerosa relativamente à figura. No vértice da composição, o rosto da rapariga estabelece um alheamento do motivo, criando um jogo entre o presente e o ausente que vem inscrever a nostalgia através de uma dimensão lírica como ultrapassagem da ausência de soluções no plano pictórico.
Pedro Lapa
No estudo está patente uma consciência da superfície do quadro, assumida sobretudo na planificação das figuras e mais marcada no que respeita às do segundo plano. Na água, os valores expressivos da pincelada assumem uma liberdade vizinha do impressionismo. Com estes aspectos, diluídos no quadro acabado, coexiste a pose clássica da rapariga a que a composição triangular confere um equilíbrio estático. Tal facto vem expor o teor restrito da modernidade nacional de oitocentos, apenas experienciada no plano paisagístico, sem soluções ou delas temerosa relativamente à figura. No vértice da composição, o rosto da rapariga estabelece um alheamento do motivo, criando um jogo entre o presente e o ausente que vem inscrever a nostalgia através de uma dimensão lírica como ultrapassagem da ausência de soluções no plano pictórico.
Pedro Lapa