Teatro de atelier

, 1950

Fernando Lemos

Provas fotográficas em gelatina sal de prata, impressões de época
10,7 × 8,3 cm
datado
Inv. 2564, 2565, 2566, 2567
Historial
Doação A. T. Kearney (Portugal) em 1999.

Exposições
Lisboa, 1952, capa; Lisboa, 1994; Lisboa, 1999; Lisboa 2001, 111, p.b.; Badajoz, 2001, 111, p.b.; Madrid, 2002, 111, p.b.; Castelo Branco, 2002, 38, p.b.; Vila Franca de Xira, 2009, 15, p.b.; Cuenca, 2010.

Bibliografia
3 Exposições: Azevedo, Lemos, Vespeira, 1952, capa, p.b.; Fernando Lemos: À Sombra da Luz, 1994, p.b.; ÁVILA, 2001, 148, p.b.; MEDEIROS, 2001, 45; SERÉN, 2002, 17, p.b.; TAVARES, 2009, 41, 95, p.b.
Neste conjunto de imagens esboçava-se a ruptura com uma estética apaziguada, que caracterizava a fotografia portuguesa desde há décadas. O automatismo psíquico surrealista revia-se na fracção mecânica da fotografia, como uma via privilegiada para despoletar o inconsciente. Neste tema dos manequins, articulados como simbologia erótico-maquinal, ou desarticulados como estética de uma carnalidade violenta e extremada, a fotografia surreal de Lemos aproxima-se das bonecas desventradas de Hans Bellmer. Numa sociedade burguesa, cuja moralidade e estética ortodoxa o Surrealismo queria abalar, subverter, os temas como o erotismo ou a expressão plástica do desejo reprimido atingiram o seu objectivo – provocar escândalo, abalar os espíritos. Neste conjunto de fotografias é levado a cabo um «Surrealismo comportamental», destinado a encenar as pulsões individuais, a que a fotografia dá a expressão de uma plástica segundo o estranho inquietante/Unheimlich, no seu significado psicanalítico, de atracção/repulsa por um mundo que nos habita, mas que socialmente somos compelidos a sublimar.

Emília Tavares