Cartaz Casa Jalco

, 1952

Fernando de Azevedo

Tinta-da-china, óleo, papel metálico e fotografia impressa sobre vidro

49 × 39,3 cm
Inv. 2378
Historial
Doação de José-Augusto França em 1999.

Exposições
Lisboa, 1952; Lisboa, 1982, p.b.; Lisboa, 1997, 62, cor; Santa Maria da Feira, 1998; Badajoz, 2001, 79, cor; Lisboa, 2001, 79, cor; Vila Nova de Famalicão, 2001, 79, cor; Madrid, 2002; Castelo Branco, 2002, 59, cor; Tomar, 2009.

Bibliografia
Azevedo, Lemos, Vespeira, Lisboa: Casa Jalco, 1952; AZEVEDO, 1982, 33, p.b.; FRANÇA, 1982, 103, p.b.; FRANÇA, 1992, capa, cor; ÁVILA (et al.), 2001, 79, cor; SANTOS, Da Escultura à Colagem (…), 2002, 33, 59 cor; Colecção José-Augusto França, 1997, 62, cor.
Denominado Cartaz da Casa Jalco, este cartaz foi a imagem promocional das exposições dos três artistas Fernando de Azevedo, Fernando Lemos e Marcelino Vespeira, realizadas numa mostra conjunta em 1952, na antiga Casa Jalco, uma loja de móveis no Chiado. Uma exposição polémica dedicada a António Pedro que teve lugar logo após o ocaso do Movimento Surrealista organizado. Num suporte de vidro, os artistas colaram um papel manchado, sobre o qual realizaram colagens e criaram desenhos a tinta-da-china. Os apelidos dos artistas são escritos de forma destacada com letras recortadas de um papel prateado, demarcadas com contornos a tinta branca, tal como a informação do local. No entremeio do local e dos nomes dos artistas, surge a indicação de «3 exposições» enquanto as datas surgem na margem lateral direita. Por cima desta informação escrita, construída num jeito tosco, manual e irregular, revela-se numa mancha a tinta-da-china que mostra a cabeça de um gato, de orelhas pontiagudas e dois grandes olhos em papel metalizado cor-de-rosa. Numa outra mancha preta que sobe para o lado direito a sugerir o corpo do felino, está colada uma meia-lua em papel azul que toca com a sua ponta inferior no nome de um dos artistas. No canto superior esquerdo, uma fotografia de uma perna de bailarina, de ponta virada para cima, é colada encostada a uma escada desenhada sobre uma outra mancha rectangular preta a tinta-da-china. Uma composição plástica arrojada e inovadora que conferiu a este cartaz o carácter de obra de arte.

Adelaide Ginga