Armando de Basto

Porto , 1884 Braga , 1923

Armando Pereira Basto frequenta a Academia de Belas-Artes (1903–10) no Porto, sua cidade natal. No início da primeira década do século XX, integra a primeira geração de modernistas e colabora com os grupos dos Humoristas ou Fantasistas. As suas caricaturas traduzem um gosto pelos trabalhos de Rafael Bordalo Pinheiro (1846–1905) e Celso Hermínio (1871–1904) e humoristas franceses e alemães. Permanece em Paris entre 1910–14 e as suas experiências enriquecedoras nesta cidade contribuíram para o melhor entendimento de uma linguagem modernista e do seu comprometido envolvimento com o desenho humorístico, desde um maior conhecimento de Manet e Modigliani, ao convívio com os artistas portugueses (Amadeo de Souza-Cardoso, Emérico Nunes, Diogo de Macedo, Abel Manta, Francisco Smith) e à frequência da Cité Falguière e Montparnasse. Colabora em folhas francesas mas também na revista Génio Latino, sendo co-fundador deste periódico com Aquilino Ribeiro e Leal da Câmara e, expõe no Salon des Humoristes (Hotel de Glace). Conhecido por «A ou Boulemiche», intervém activamente como criador de um grupo de Independentes, ainda em 1915, e participa, no ano seguinte, no Salão dos Fantasistas do Porto. Inicia uma fase de intenso trabalho gráfico em Portugal, colaborando em jornais humorísticos, como a Coruja, A Folia, Lúcifer Afilhado, O Riso, O Monóculo, Ilustração Portuguesa. Ilustrador de um livro de António Ferro, Teoria da Indiferença, 1920, dedica-se também à pintura de temática urbana, retrato e paisagem. Morre em 1923, vítima de um grave surto de tuberculose.

Maria Aires Silveira