Jorge Barradas
Lisboa , 1894 – Lisboa , 1971
Foi nas ruas de Lisboa, através da observação da vida popular e dos trabalhos manuais, que Jorge Barradas fez a sua formação, depois de ter deixado incompleto um curso técnico na Escola Machado de Castro e o curso na Escola Superior de Belas-Artes. Em 1911 é introduzido ao meio artístico lisboeta pelo director da publicação A Sátira, e no ano seguinte estreia-se na 1.ª Exposição do Grupo de Humoristas Portugueses. Em 1915 expõe na 1.ª Exposição dos Humoristas e Modernistas, no Porto. Os desenhos deste período revelam já uma forte propensão para a observação do ambiente social. Nas décadas de 10 e 20 colabora com publicações como O Século Cómico, Ilustração Portuguesa, Magazine Bertrand, ABC ou Ilustração. Em Agosto de 1919 funda, juntamente com o escritor Henrique Roldão, o jornal humorístico O Riso da Vitória, e em 1921 torna-se director artístico do ABC a Rir. Em 1920 realiza uma exposição individual no Clube Naval, que lhe granjeia reacções positivas por parte da crítica. A sua obra é habitada por personagenstipo da vida alfacinha, onde se destacam o mendigo, o bêbado, o novo-rico, o ardina, as costureiras. A mulher é também figura predilecta, seja de tipo popular, seja a frequentadora do Bristol Club, representada com originalidade e modernidade. Em 1930 recebe o prémio Malhoa pelo quadro concebido para a decoração do café A Brasileira do Chiado. Nesse ano viaja pelas colónias portuguesas de África, do que resultam obras como Paisagem tropical (1931). A partir dessa década desenvolve trabalhos de decoração e interessa-se progressivamente pela azulejaria e cerâmica. Barradas contribuiu ainda para a renovação do gosto cenográfico nos espectáculos populares, em parceria com Leitão de Barros, e deixou uma extensa colecção de litografias sobre assuntos populares.
Joana Baião
Joana Baião