Tomás da Anunciação
Lisboa , 1818 – Lisboa , 1879
Desde muito cedo revelou grande vocação para o Desenho. Frequentou as aulas de Arquitectura da Sala do Risco do Arsenal e foi Praticante-desenhador no Museu de História Natural, ainda jovem. Inscreveu-se na Aula de Desenho da Academia de Belas-Artes em 1837, e terminado o curso, que contestara pelo excessivo academismo e trabalho de atelier, dedica-se à litografia, a documentos de História Natural e à realização de pequenas telas de paisagem e animalismo, que vendia no incipiente mercado de arte português. Realiza cópias de mestres estrangeiros para o conde de Rackzynski, ministro da Prússia na corte de Lisboa. Também D. Fernando adquiriu várias obras suas. Encomendou-lhe a pintura Amores de aldeia, tema raro na pintura portuguesa, que introduzia uma importante vertente do romantismo português, dedicada à paisagem e observação dos costumes. Nomeado professor substituto da cadeira de Paisagem da Academia, em 1852, com a obra Vista da Amora, efectivo em 58, com A vista da Penha de França, foi considerado pelos colegas o mestre da geração romântica. Artista pouco estudado, refere o crítico Zacharias d’Aça que terá produzido cerca de quinhentas pinturas, na sua maioria paisagens, pintadas no local, fortemente influenciadas pelo paisagismo holandês do século xvii, promovendo uma estética introdutória do naturalismo, por oposição ao academismo classicista.
Maria Aires Silveira
Maria Aires Silveira