Álvaro Lapa
Évora , 1939 – Matosinhos , 2006
A sua adolescência foi marcada pelo contacto, em Évora, com o pintor António Charrua e com o escritor Virgílio Ferreira, que lhe despertaram o interesse pela arte e pela literatura. Em 1956 instala-se em Lisboa. Matricula-se então em Direito e, mais tarde, em Filosofia, licenciatura que concluiu em 1975. Em 1961 viajou para Paris, onde contactou com pintores próximos do surrealismo e com movimentos artísticos norte-americanos. Quando regressa começa a pintar, incentivado por António Areal, concebendo trabalhos de forte vocacção abstracionista e informal. Expõe individualmente pela primeira vez em 1964 e no ano seguinte muda-se para Lagos. Neste período explora a utilizacção de materiais “não nobres” e começa a estruturar a sua obra em séries narrativas, nas quais integra um conjunto restrito de símbolos e formas, inserindo também a palavra escrita como elemento de composição plástica. Ingressa como professor de cadeiras teóricas da Escola Superior de Belas-Artes do Porto em 1976 e instala-se naquela cidade. Na década de 1980 trava conhecimento com José-Augusto França, que o orienta na sua tese de doutoramento sobre o Surrealismo em Portugal. Paralelamente à produção plástica, Lapa dedicou-se continuamente à escrita, tendo sido autor de numerosas publicações. Foi distinguido com vários prémios, entre os quais o 2.º Prémio na Exposição da Queima das Fitas de Coimbra (1968), o 3.º Prémio do I Salão de Arte de Lagos (1970), o prémio AICA (1987) e o Grande Prémio EDP (2004).
Joana Baião
Joana Baião