Sem título

, 1971-1972

Álvaro Lapa

Óleo e colagem sobre platex

95 × 124,5 cm
assinado
Inv. 2607
Historial
Colecção SEC, incorporado no MNAC-MC em 2002.

Exposições
Lisboa 2002; Castelo Branco, 2003, 103, cor; Lisboa, 2012.

Bibliografia
ÁVILA, 2003, 103, cor.
Sob a opacidade que se impõe nesta obra, é possível determinar a imposição de um sistema codificado. Signos derivados de uma acção automática que o artista encara, não como despotismo do inconsciente, mas como arma para criar novas formas, tal como fizera Motherwell, cuja presença sente-se neste trabalho. Signos indizíveis, metáforas de silêncio, surgidas de um ritmo lento, quase desvitalizado e ao mesmo tempo imbuído de necessidades dinâmicas. Configurações elementares da mancha, onde azuis aquosos de contornos precisos entram em contraste abrupto com as sólidas manchas negras e os brancos glaciais, aplicados diretamente, sem preparacção prévia. Sobre elas, resíduos do real colados e formas silenciosas, instauram uma tensão entre a opacidade e o reconhecimento poético, e arredando-se da lógica discursiva transportam uma carga de violência.

Maria Jesús Ávila