René Bertholo
Alhandra , 1935 – Tavira , 2005
Formou-se em Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa entre 1951 e 1957. Em 1953 fundou, juntamente com José Escada e com Lourdes Castro (com quem viria a casar), a revista Ver. Neste período participa na Exposição Geral de Artes Plásticas (1953) e no I Salão de Arte Abstracta (1954), e torna-se um dos animadores da Galeria Pórtico (1955-1957). O seu desejo de desenvolver um percurso mais experimental leva-o em 1957 a partir para Munique. Em 1958 instala-se em Paris e, entre 1959-60, obtém bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Na capital francesa forma o grupo KWY e inicia a publicação da revista com o mesmo nome. A sua obra inicial revela uma forte matriz abstracta, abrindo-se progressivamente a um neo-figurativismo irónico que a partir da década de 1960 marca o seu trabalho. Por volta de 1966 os questionamentos acerca da condição objectual e processual da obra de arte levam-no a conceber objectos mecânicos que designa de “modelos reduzidos”. Na sequência destas experiências parte para Berlim em 1972, onde durante um ano se dedica a estudos de eletrónica aplicada à arte na Deutscher Akademischer Austauschdienst. Em 1974 retoma a pintura, agora marcada por uma expressão mais narrativa e habitada por imagens fragmentares de forte sentido memorialista. Regressa a Portugal em 1981 e instala-se no Algarve. Em 2000 integra a exposição Making Choices realizada pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Nesse mesmo ano o Museu de Arte Contemporânea de Serralves organizou uma importante retrospectiva da sua obra.
Joana Baião
Joana Baião