É considerado um dos pioneiros da escultura abstracta em Portugal, juntamente com Jorge Vieira, Manuel Pereira da Silva e Fernando Fernandes. Formou-se em Escultura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto em 1945, ano em que estagiou na Missão Estética de Férias. Neste período, associa-se ao Grupo dos Independentes do Porto, participando em diversas exposições no Porto, Lisboa, Coimbra, Leiria e Braga. É no seio deste grupo que surgem as primeiras experiências da abstracção geométrica, na sua escultura e na pintura de Fernando Lanhas. Em 1948, exibe Mulher e árvore, peça introdutora de uma linguagem totalmente abstracta que viria a repetir em obras como Abstracção e Abstracção II. Estagia em Itália em 1953, com uma bolsa do Instituto de Alta Cultura. No ano seguinte participa no I Salão de Arte Abstracta e expõe individualmente em Lourenço Marques. A partir desta época, Arlindo Rocha participa regularmente em certames artísticos nacionais e internacionais, sendo premiado diversas vezes. A par do seu trabalho como escultor abstracto, realiza obras figurativas de modo a responder a encomendas no campo da estatuária pública, da arte sacra e da medalhística, sendo o seu trabalho figurativo marcado pela rígida geometrização das formas. A partir da década de 1980 concebe obras em que as linguagens da escultura e da arquitectura se fundem, retomando uma memória do construtivismo mas nunca abandonando a exploração da abstracção.

Joana Baião